Geral

Tempo seco e instabilidade na temperatura mantém situação de alerta no Pantanal

2 AGO 2021 • POR Redação • 09h37
Combate na Fazenda Cáceres, principal foco de incêndio no momento. - Divulgação Bombeiros

Mesmo com 79% menos focos de incêndio registrados até agora no Pantanal, em relação ao ano passado, a situação não está sob controle e, com o frio e a baixa umidade, pode se complicar ainda mais, apesar da falsa sensação de que as baixas temperaturas amenizam a ocorrência de queimadas.  

O tenente-coronel do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul, Leandro Mota de Arruda, explica que é uma ideia errônea de que o frio ajuda a diminuir os incêndios e na verdade, até os piora. "Pelo contrário, potencializa, porque o frio aumenta a amplitude térmica".  

Ele exemplifica dizendo que nas primeiras horas da manhã as temperaturas estão baixas, mas as horas mais quentes do dia alcançam quase 30ºC e sem alta umidade, o que ajuda a ressecar a vegetação, que se transforma em potencial combustível para o fogo. "Essa variação ajuda a ressecar a vegetação, que quanto mais seca, com baixa umidade e vento, cria a situação propícia para um incêndio".  

Arruda comenta ainda que no caso do Pantanal, a redução dos focos pode ser explicada pela antecipação dos combates e ainda, o planejamento que possibilitou a aplicação de ferramentas de forma anterior ao alastramento do fogo.  

"Nossas equipes estão lá desde o fim de junho, com trocas a cada 10 dias. Os focos aparecem constantemente, mas não fogem do controle porque há monitoramento constante. O governo também se preparou, locando aeronaves que agora já estão disponíveis para o combate, o que imprescindível no Pantanal, onde o acesso é bem mais difícil", ressaltou.  

A Fazenda Cáceres é um dos focos de incêndio sendo combatidos no momento. Segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), desde janeiro, ocorreram 879 focos de incêndio na região pantaneira, valor 79% menor que no mesmo período do ano passado, quando haviam ocorrido 4.218.  

No entanto, a cidade de Corumbá, é a segunda no País com maior número de queimadas registradas, com 531 ocorrências desde o começo do ano. Em 24 horas, foram 44 ocorrências em todo Estado, sendo 28 delas na região pantaneira.  

Texto de  Lucia Morel do Campo Grande News