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Delegado é condenado por homicídio de boliviano

23 JUN 2021 • POR Mariana Conte • 21h51
Foram 12 horas de júri - Foto: Capital do Pantanal

Com quase 12 horas de júri popular o delegado da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul Fernando Araújo da Cruz Junior, de 34 anos, foi condenado nesta quarta-feira, 23 de junho a 20 anos e 10 meses em regime fechado e seis meses de detenção pelo assassinato do boliviano Alfredo Rengel Weber, de 48 anos, mais conhecido como “Ganso”, ocorrido no dia 23 de fevereiro de 2019, na estrada que liga Corumbá à Puerto Quijarro, dentro de uma ambulância. O júri iniciou às 07h30 e encerrou as 19h.

De acordo com as apurações da Corregedoria da Polícia Civil o boliviano foi esfaqueado em uma festa na Associação de Criadores de Gado na Bolívia e depois socorrido, sendo levado de ambulância para Corumbá e como ele não morreu, Fernando foi atrás da ambulância e no trajeto matou Ganso a tiros.

Fernando, ex-titular da Delegacia de Atendimento à Infância e Juventude de Corumbá, que está preso em Campo Grande, desde junho de 2019, quando foi alvo de operação da Corregedoria da Polícia Civil, foi ouvido por videoconferência.

No Tribunal de Júri em Corumbá estavam as testemunhas da defesa que foram ouvidas e os jurados (sendo cinco mulheres e dois homens) que fizeram o julgamento com o magistrado responsável pelo caso, André Luiz Monteiro que avaliou pedidos tanto da defesa do delegado quanto do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul).

O delegado vai responder por homicídio doloso duplamente qualificado, por motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima, coação a testemunha e fraude processual. Também foi aplicada a norma do concurso material de crimes, quando a pessoa agride a lei penal mais de uma vez ao mesmo tempo, aumentando o tempo de prisão.

Em contato com o Capital do Pantanal Fernando disse que vai recorrer a decisão.