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Eleição da Assomasul tem voto de mão intrusa

4 FEV 2021 • POR Flávia Ibanez • 15h19
 A cena foi filmada e fotografada por uma das  pessoas que acompanhavam a eleição - Foto: Divulgação

No dia 29 de janeiro aconteceu a eleição para a diretoria da Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul (Assomasul).

A eleição que foi chapa única elegeu o prefeito de Nioaque, Valdir Couto de Souza Júnior (PSDB).

Entre os votos havia um voto de mãos intrusas nos rituais exclusivos da Associação e de seus 79 prefeitos associados, pois não se sabe como, nem porquê e até mesmo se a Assomasul inteirou-se do fato para tomar as providências pertinentes, mas esse voto "intruso" foi depositado na urna por Márcio Iunes, irmão do prefeito municipal de Corumbá Marcelo Iunes.

 A cena foi filmada e fotografada por uma das  pessoas que acompanhavam a eleição. Antes de votar, Márcio Iunes estava em animado diálogo com alguns prefeitos, entre os quais o presidente eleito, Valdir Couto Jr.

Logo depois, e com naturalidade, foi até aos locais de votação para preenche a cédula e depositá-la na urna.

A pessoa que registrou as imagens contou o que havia ocorrido ao prefeito de Jateí, Eraldo Leite (PSDB), ex-presidente da Assomasul, e perguntou se qualquer pessoa, mesmo não sendo chefe de Executivo, poderia votar.

Leite, em princípio, disse que ninguém tinha visto e isso não afetaria nada. Porém, ao ser informado que a infração havia sido registrada pelas câmeras de um celular, o jateiense disse que verificaria os fatos e solicitaria as providências pertinentes.

Márcio Aguillar Iunes foi um dos alvos da Operação Offset, deflagrada no ano passado pela Polícia Federal para apurar denúncias do Ministério Público sobre desvio de recursos em contratos da prefeitura de Corumbá com fornecedores. O irmão do prefeito Marcelo Iunes era alto funcionário da assessoria do governo estadual,com salário de R$ 10.413,43, conforme o Portal da Transparência. No início de 2020, ele foi acusado de agredir um dos assessores da deputada federal Bia Cavassa (PSDB), no estádio Arthur Marinho, onde assistiam ao jogo entre Corumbaense e Maracaju pelo Campeonato Estadual.

 Filiada a CNM (Confederação Nacional de Municípios), a Assomasul é uma das poucas entidades em todo país que representa 100% dos municípios, 79, no caso de Mato Grosso do Sul. 

 A posse da nova diretoria ocorreu logo após a proclamação do resultado oficial da eleição, em cerimônia administrativa no auditório da entidade, em Campo Grande, cujo ato também foi restrito aos associados. 

O futuro presidente da Assomasul é filho do ex-prefeito de Nioaque, Valdir Couto de Souza, que presidiu a Assomasul de 1993 a 1995

HISTÓRIA DA ASSOMASUL

Fundada em 15 de setembro de 1981, a Associação dos Municípios do Mato Grosso do Sul não representa apenas uma entidade que congrega prefeitos, mas o centro das discussões dos problemas em busca da consolidação de um municipalismo forte e participativo.

Na Assomasul são tomadas decisões e traçadas metas a serem definidas dentro do processo de auto-organização dos interesses dos municípios.

Como defensora de um municipalismo moderno e auto-suficiente, a entidade tem prestado assistência e acompanhado de perto cada problema de seus associados, quer seja na área jurídica ou e todos os setores que se fazem necessários ao bom andamento das questões essenciais do poder público.

Localizada em área nobre da Capital, a sede própria da entidade dispõe de todo conforto, com dependências amplas e departamentos de serviços voltados ao atendimento em vários setores.

Na Assomasul, o prefeito é orientado como agir em determinados assuntos, além de receber informações de tudo o que se passa dentro e fora do Estado. Com escritório de representação política em Brasília, a Assomasul tem acompanhado as questões de interesse dos municípios.