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PF investiga desvio de R$ 60 milhões entre 2008 e 2013 na prefeitura de Corumbá

15 OUT 2020 • POR Redação Capital do Pantanal com informações da PF • 08h29
PF cumpre seis mandados na casa de investigados em Corumbá. - Divulgação/PF

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta (15), a Operação Cornucópia II, que investiga esquema de desvios de recursos públicos executado dentro da prefeitura de Corumbá, entre os anos de 2008 e 2013.

Aproximadamente 30 Policiais Federais cumprem sete mandados de busca e apreensão, sendo seis em Corumbá e um na capital Campo Grande, nas residências dos indiciados que integravam a cúpula da organização criminosa investigada.

O esquema criminoso consistia no aumento ilegal da folha de pagamento de servidores cooptados pela organização criminosa com consequente aumento na margem para contratação de empréstimos consignados. Os empréstimos eram aprovados e, posteriormente, os valores eram sacados na rede bancária e repassados à cúpula da organização criminosa, gerando prejuízo cofres públicos. A equipe de investigação apurou que o montante obtido ilegalmente tenha alcançado mais de R$ 60 milhões (exatamente R$ 60.608.424,58).

Dois carros foram apreendidos em casa de luxo na Capital. Foto: Divulgação/PF

Os alvos da operação responderão pelos crimes de peculato e associação criminosa.

Cornucópia é o símbolo da abundância na mitologia grega e deu nome à operação em alusão à riqueza supostamente obtida pelos envolvidos, além da abundância de recursos públicos disponibilizados de forma ilícita.

Segundo em menos de um mês

Esta é a segunda operação desencadeada pela PF, em menos de um mês, envolvendo a Prefeitura de Corumbá em desvio de dinheiro público. No dia 6 de outubro, a PF fez buscas  na sede do executivo municipal e na casa de investigados, integrantes da atual administração, a procura de provas relacionadas a fraudes em contratos e licitações.

Entre os alvos da Operação Offset estavam Márcio Aguilar Iunes, irmão do prefeito Marcelo Iunes (PSDB), e ex-assessor especial de Reinaldo Azambuja (PSDB); o assessor especial da prefeitura, Edson Panes de Oliveira Filho e o secretário municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos, Ricardo Campos Ametlla.

Na ocasião, Marcelo Iunes desmentiu a existência do esquema criminoso em sua administração na prefeitura e disse suspeitar de investigações como esta em pleno período de campanha eleitoral. Indicou ainda possibilidade de movimento adversário para prejudicá-lo em sua candidatura a reeleição. 

A Polícia Federal ressalta que, em razão da situação de pandemia da COVID-19, foi planejada uma logística especial de prevenção ao contágio, com distribuição de EPIs a todos os envolvidos na missão, a fim de preservar a saúde dos policiais, testemunhas, investigados e seus familiares.