Geral

Psicólogo indica como celebrar o Dia das Crianças no 'novo normal"

8 OUT 2020 • POR Redação • 10h21
Kleber Marinho incentiva que pais abusem da criatividade e resgatem memórias da infância. - Divulgação

Parques cheios, shoppings com diversas atividades presenciais, e com este calor, um  parque aquático com amiguinhos seria uma boa pedida para comemorar o Dia das Crianças, claro com muitos sorrisos e abraços. Mas a realidade em 2020 é outra. Devido à pandemia do coronavírus a data celebrada em 12 de outubro requer cuidados e muita criatividade. 

Para o psicólogo analitico Kleber Marinho neste ano aprendemos a celebrar datas importantes de forma diferenciada. "Será o aniversário da pandemia, o Dia da Criança da pandemia e todas outras celebrações serão lembradas para o resto da vida como um fato diferente. Ficará como aquela famosa pergunta, onde você estava quando os aviões explodiram contra o World Trade Center? No caso, iremos lembrar e dizer 'como foi o Dia das Criança na pandemia?', explica. 

Se para os adultos 2020 foi um verdadeiro caos, a quebra de rotina no universo infantil também foi bem impactante para as crianças. A falta da escola, do convívio com os amigos, o contato com familiares, o lazer e atividades extracurriculares. "A ausência da experiência da troca no viver em coletividade mutila a criança do aprendizado essencial da vida. Nessa rotina perdida do contato com o outro, a criança perde a oportunidade de consolidar ética, noções de cidadania, inclusão, viver as diferenças, os limites, as frustrações e conquistas, ou seja, a simples presença do outro interfere e modifica a minha existência", afirma Marinho.

Para o psicólogo, o reparo desse tempo perdido e a volta da vida realmente normal serão mais fáceis para os pequenos, já que crianças têm o poder de se adaptarem rapidamente às mudanças conflituosas. "Por exemplo, ao brigarem com um amigo logo reatam e, aquele episódio  parece simplesmente desaparecer, como se fosse um traço de grafite apagado por uma borracha em uma folha de papel de seu caderno da vida. Portanto, pode ser que haja um certo ar de surpresa. Haverá uma ressignificação das coisas, uma nova adaptação ao viver no coletivo, mas isso deve se dar de forma rápida", explica Kleber.

Que este dia ficará na recordação das crianças não há dúvida. E um jeito de deixar isso mais doce e suave é se dedicar integralmente, misturando a infância tecnológica de hoje com as brincadeiras dos pais e avós. Para Kleber será um momento especial para os adultos também. "Resgatar em nossa criança interior algum momento singular de nossa infância que nunca esquecemos pode ser um caminho viável. O que havia ali de mágico, de gostoso, que nos traz uma memória afetiva prazerosa, acalentadora e permanente? Quase sempre a resposta implica em algo simples, mas simbolicamente transformador", opina. 

Para o psicólogo, o shopping cheio, o parque aquático, o encontro com amigos podem esperar um pouco mais, principalmente pela segurança dos pequenos, mas usando a criatividade conseguimos transformar esse Dia das Crianças  inesquecível de forma positiva. "Não precisa ser nada sofisticado, basta colocar a criatividade em jogo, sempre incluindo a criança na construção e elaboração desse fazer. O importante é pensar na criança, no universo infantil e não em nossas prioridades, afinal será o dia da criança", finaliza