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Fogo ameaça Reserva Ambiental usada como base operacional no Amolar

29 SET 2020 • POR Gesiane Sousa com informações do Portal do Governo • 08h24
O tempo seco dificulta o combate aos focos de incêndio - Sílvio de Andrade

Quando equipes comemoravam a redução nos focos de incêndio na Serra do Amolar, que chegou a tingir 17 pontos de calor na última sexta-feira (17), uma reviravolta elevou o nível crítico da situação. No sábado (26), mais de mil focos foram detectados na região repleta de reservas ambientais, que há mais de uma semana arde em chamas descontroladas.

O agravamento fez com que o secretário Jaime Verruck, da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), acionasse mais reforço. “Nesta terça-feira (29), chegam a Mato Grosso do Sul (MS) mais 41 brigadistas, além de 60 homens do Distrito Federal e 20 de Santa Catarina”. Confirma o secretário.

Nesta segunda-feira, 28, às 15h, uma guarnição atendeu emergência na Fazenda Santa Tereza, onde o fogo queimou casa de um dos moradores e se alastrava pela vegetação nativa. Pouco antes, por volta de 13h, o incêndio que há uma semana rompe pelo entorno da serra chegou a 30 metros da sede da Reserva Eliezer Batista, base das operações antifogo.

Os clarões de fogo surgem do nada, às margens dos rios ou na encosta da morraria. Esta segunda-feira amanheceu com o céu coberto pela densa fumaça, prejudicando inclusive a navegação fluvial.

Mesmo com pouca visibilidade, o avião Air Tractor, contratado pelo Governo do Estado, conseguiu realizar seis lançamentos de água, totalizando 12 mil litros, na área crítica – no vale entre as baías Mandiore e Taquaral. Neste ponto, 30 homens abrem uma frente de defesa para impedir a progressão do fogo para a Serra do Amolar e outras duas reservas.

Os bombeiros e brigadistas se revezam na formação de uma linha negra (contrafogo) a 10 km do fogo que avança pelo vale da morraria. Esse fogo também se deslocou no sentido Oeste, em direção da Fazenda Santa Tereza, situada na fronteira com a Bolívia. A equipe de bombeiros que se deslocou por terra para a fazenda levaria 40 minutos de barco e andaria 18 km para chegar ao local.

Salvando as galinhas

A mudança de direção do vento teria deslocado um dos focos para a sede da RPPN Eliezer Batista, gerando um tumulto e desespero. Rapidamente, bombeiros, fuzileiros da Marinha e funcionários da ong Instituto Homem Pantaneiro (IHP), ong que gerencia a unidade de conservação, combateram as chamas. Nova mudança repentina do vento, desviou o fogo.

Keli, funcionária da Reserva Ambiental, correu para salvar galinhas que estavam próximas a sua casa. Foto: Sílvio Andrade 

“Foi assustador”, comentou a funcionária da reserva Keli Munique Silva, que correu para o galinheiro próximo a sua residência e salvou três galinhas, enquanto o fogo se aproximava. As chamas foram contidas na sede e tomou rumo a uma reserva vizinha. “Se o fogo se alastrar pode entrar pelo vale e chegar à serra”, explicou o tenente bombeiro Pedro Faria, do Paraná.

Devido a concentração os focos de calor no entorno do Amolar, a base da Operação Pantanal II foi montada na Eliezer Batista, onde os bombeiros têm acomodação e alimentação. A Serra Negra, reserva vizinha, servirá de base para o helicóptero do ICMbio, que deve operar a partir desta terça-feira. O abastecimento de combustível será feito por um caminhão com 10 mil litros, vindo de Corumbá em uma lancha.