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Mulher pega "carona amiga" e pede socorro após acidente na estrada

17 AGO 2020 • POR Sylma Lima • 10h01
Mulher denunciou as péssimas condições do veículo no grupo de "caronas". - Reprodução

Há meses o Capital do Pantanal vem denunciando a prática criminosa da “carona”, que já se tornou usual em Corumbá, desde que o transporte de passageiros regulamentado, entre a cidade e Campo Grande foi proibido pelo poder público municipal. A briga para liberação das empresas que atuam no trecho, foi parar no Ministério Público, que já deu o sinal positivo para que tudo volte à normalidade, desde que cumpram uma série de exigências, visando a higienização e distanciamento, para evitar a disseminação do Coronavírus. Regras estas que já são cumpridas em todas as operadoras de transportes que atuam na rodoviária Intermunicipal de Campo Grande.

Ladário,  cidade vizinha à Corumbá, já liberou os ônibus, com horários estabelecidos e, critérios rigorosos que são fiscalizados pela Vigilância Sanitária e epidemiológica daquele município. A decisão gerou controvérsias, mas, a população entendeu que a decisão foi acertada e hoje usufrui de um serviço regulamentado e seguro.

Apesar de alertar sobre a situação do risco que correm os passageiros que pegam a chamada, “carona amiga“, ninguém tomou nenhuma providência. Os condutores  criaram um grupo de WhatsApp para fazer o transporte dessas pessoas pelo valor de R$ 120, contudo, sem oferecer nenhuma segurança aos passageiros. Inevitavelmente, que algo bom não poderia surgir de uma atitude clandestina e sem controle de fiscalização.

Esse final de semana uma passageira denominada Susana pegou carona para vir a Corumbá, porém no caminho o carro se acidentou e ela pedia desesperadamente no grupo, que alguém a ajudasse. O Capital do Pantanal teve acesso aos prints da conversa e audio com pedido de socorro desta passageira com o grupo, no qual ela informava que viria no carro com uma mulher, mas de última hora passaram ela para outro veículo, que sequer tinha cinto de segurança.

Capital do Pantanal · Pedido de socorro em grupo de "carona amiga"

A situação, ao que tudo indica, está fugindo do controle. Se por um lado a prefeitura proíbe a liberação dos ônibus, que estão aptos e regulamentados para fazer o transporte dos passageiros, pagando altos impostos, por outro os clandestinos estão fazendo da atividade um meio de vida para ganhar dinheiro durante a pandemia. Enquanto isso a ilegalidade dribla a fiscalização sem dificuldades.

As empresas que fazem transporte regular de passageiros na cidade, além de gerar empregos para centenas de famílias corumbaenses, ainda oferecem toda a estrutura e segurança, como: câmeras internas para evitar furtos e roubos, seguro de bagagem no caso de perda ou extravio, e obviamente seguro de vida caso o erro seja de responsabilidade das empresas. Muito diferente da “carona amiga”, em que a população não tem a quem recorrer e que vai ter que arcar com prejuízos e riscos.

O Capital do Pantanal entrou em contato com a Agepan (Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Mato Grosso do Sul) para entender por que o transporte regular continua parado em Corumbá, uma vez que a própria agência, reguladora do setor, autorizou o retorno das linhas regulares, sob rígidas medidas de biossegurança, no final do mês de maio. Segundo a Agepan, a competência do Estado se refere as linhas, que são fiscalizadas por meio da Agência. O Estado autoriza ou faz concessão e monitora a forma como as empresas operam essas linhas. Já o Terminal Rodoviário é uma concessão Municipal.

A Agepan explica ainda, que em qualquer cidade do Mato Grosso do Sul, o Estado não faz a gestão desses espaços. Ele é utilizado pelas empresas, e elas pagam a Prefeitura pela locação dos guichês., lanchonetes e lojas. “A gestão do espaço é toda do município. As prefeituras podem fazer  gestão diretamente, ou podem fazer a concessão para outras empresas administrarem.  A Prefeitura é que precisa liberar a Rodoviária para as linhas. Então, embora o Estado permita as empresas continuarem operando, e estabeleça as regras de cuidado sanitário, o serviço depende mesmo de que a Prefeitura libere a rodoviária”.