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Após cinco meses à frente do CTI Manoel João passa bastão para novo contratado da prefeitura

13 AGO 2020 • POR Sylma Lima • 08h12
Artesãos da Casa João de Barro reconheceram os esforços do médico Manoel João, e o presentearam com a estátua de um guerreiro, produzido em barro. - Arquivo Pessoal

A prefeitura municipal de Corumbá contratou um médico intensivista para atender os pacientes graves, vítimas de Covid-19, no CTI (Centro de Tratamento Intensivo) da Santa Casa. O médico Manuel João passará a atender apenas pacientes com os primeiros sintomas da doença. A partir do dia 16 de agosto, o médico que enfrentou a pandemia desde o início assume seu consultório e  também o setor onde os casos suspeitos serão encaminhamos para tratamento precoce.

 A situação do hospital tem causado muita polêmica, isso porque, segundo fontes seguras, o secretário de saúde, Rogério Leite, que desde o início da pandemia nunca visitou o CTI dos pacientes com Covid, tem culpado o médico Manoel João pelo que considera “elevado” número de mortes. Entretanto, deixaram de divulgar que nas últimas semanas foi dado alta a 38 pacientes que estavam internados na Santa Casa Corumbaense. Outro fato que chama a atenção é que a secretariaria de saúde omitiu a morte de seis pacientes ocorridas entre domingo (9) e segunda-feira (10) pela manhã. 

Manoel João disse várias vezes , em Lives pelas redes sociais, que estava cansado de receber pessoas já prontas para serem entubadas porque mandaram tratar em casa. Apesar dos esforços do médico nenhuma atitude foi tomada para melhorar a situação. Com a chegada do “salvador da pátria”, ninguém mais em Corumbá deve morrer de Covid.  Enquanto retiram Manoel João de cena o Corumbaense é que vai pagar o preço.

Inconsistências de dados

O total de óbitos por Covid em Corumbá estão diferentes na base de dados do município e do Estado. No último boletim divulgado pela secretaria estadual de saúde, na manhã desta quarta-feira (12), aparecem dois óbitos que não foram confirmados no boletim municipal, emitido horas depois. Uma mulher, diabética e hipertensa, de 73 anos, que teria falecido no dia 10 de agosto e um homem, sem comorbidades relatadas, de 82 anos, com óbito no dia 10 de agosto, não aparecem no boletim da secretaria  municipal de saúde, mesmo o documento tendo sido fechado após o do Estado. A saúde municipal confirma 65 óbitos, porém com os dois a mais confirmados pelo Estdao, o número sobe para 67.

Parentes da vítima de 55 anos, que faleceu na segunda-feira, dia 10, relatou para a redação do site Capital do Pantanal, que o paciente havia ido por várias vezes no Pronto Socorro, mas o mandaram para casa com receituário de dipirona e recomendação de que voltasse caso houvesse piora . Ele voltou, e morreu .