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Mais de 400 corpos são retirados de casas e ruas na Bolívia; a maioria por Covid-19

22 JUL 2020 • POR Redação • 08h07
Funerária retirou caixões de vítimas da Covid-19 em asilo em Cochabamba, na Bolívia, nesta quinta-feira (21). - STR/AFP

Policiais retiraram mais de 400 cadáveres de ruas e casas na Bolívia em apenas cinco dias, relatou nesta terça-feira (21) a Força Especial de Luta Contra o Crime (FELCC). Desse total, estima-se que a maioria morreu por Covid-19.

Segundo apurações do site G1 Mundo, somente na cidade de Cochabamba, 191 cadáveres foram retirados. Em La Paz, sede do poder boliviano, houve 141 resgate de corpos, informou o diretor nacional da FELCC, coronel Iván Rojas, a jornalistas. A operação ocorreu entre 15 e 20 de julho.

De acordo com Rojas, 85% dos cadáveres são de mortos confirmados pelo novo coronavírus ou que apresentaram sintomas da Covid-19. As autoridades bolivianas vão catalogar esses casos como "suspeitos" — não está claro se todos poderão ser testados.

Os 15% restantes, explicam as autoridades bolivianas, são de mortos por outras doenças ou mesmo de violência, acrescentou.

A situação lembra a vivida pelo Equador em abril, quando os casos de novo coronavírus em Guayaquil causaram um colapso nos sistemas de saúde e funerário. Corpos eram vistos jogados pelas ruas, e urubus voavam sobre a cidade.

Covid-19 na Bolívia

Segundo o departamento epidemiológico nacional, o coronavírus está em "uma escalada muito rápida" nas regiões de La Paz e Cochabamba, ambas no oeste da Bolívia.

O diretor do Instituto de Investigações Forenses, Andrés Flores, informou que entre 1º de abril e 19 de julho a entidade pública "concluiu o reconhecimento médico legal extra-hospitalar de 3.016 cadáveres suspeitos e confirmados de ser portadores de Covid-19". A maioria desses reconhecimentos ocorreu em Santa Cruz, primeiro epicentro da doença no país.

A Bolívia, que tem 11 milhões de habitantes, registra mais de 60 mil infectados com Covid-19 no acumulado desde o início da pandemia. No país, o novo coronavírus deixou mais de 2,2 mil mortos.

Entre os infectados, está a presidente interina do país, Jeanine Áñez. Ela teve um quadro assintomático da doença e passa bem.