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Corumbá implanta kit Covid preventivo nesta segunda-feira

20 JUL 2020 • POR Sylma Lima • 07h55
Corumbaenses se mobilizaram nas redes sociais pedindo a permanência de Manoel João na Saúde de Corumbá. - Capital do Pantanal

Após muita polêmica envolvendo os medicamentos utilizados pelos profissionais de saúde no combate a Covid-19, Corumbá sai na frente, e implanta o tratamento preventivo que inclui: Ivermectina, Cloroquina, Quelato de Zinco, Dexametasona e Hidroxicloroquina. A polêmica se deu após o médico especialista em medicina intensiva, Manoel João Costa, que está à frente do CTI (Centro de Tratamento Intensivo), tratando exclusivamente pacientes infectados pelo vírus, entregou uma carta de demissão ao Secretário Municipal de saúde, Rogério Leite. Após o comunicado o médico fez um desabafo em sua página nas redes sociais.

O pânico se instalou na cidade e internautas levantaram a hashtag #voltamanoeljoao e até fizeram abaixo assinado virtual pedindo adesão da população. O que as pessoas desconhecem é o verdadeiro motivo que levou o médico a tomar tal atitude. Além de atribuírem a eles as mortes recentes, alguém o denunciou no Ministério Público. O médico que salvou milhares de vidas ao longo dos 30 anos de medicina, se viu tendo que explicar a promotora Ana Raquel porque o CTI teve tantas baixas em plena pandemia, como se algum país do mundo tivesse encontrado o milagre da cura. O desapontamento de Manoel João chegou ao extremo pois, desde o início da pandemia fica em casa apenas um dia da semana, e faz todos as intubações necessárias. Ocorre que, segundo ele, os pacientes eram atendidos e mandados para tratar em casa com dipirona, “se piorar volta”. Exatamente essa a questão que gerou revolta, “não tem que mandar para casa, porque quando retornam já estão em estágio avançado e precisam ser intubados. A chance de sobreviver é de 20% se não tiver doenças pré existentes. O que conseguimos neste sábado (18) foi o compromisso do prefeito em liberar o kit profilático. Exames de tomografias já mostram a evidência da Covid, não dá tempo de esperar o resultado do exame”. 

Manoel João deixa claro quanto ao uso desses medicamentos, “o paciente toma consciência de que eles fazem a diferença, e só toma quem quiser. Assina o termo e leva o kit. Outros estados fizeram e a curva caiu assustadoramente”. Quantos aos que são contra o uso da Hidroxicloroquina ele foi categórico: “não tem outro remédio que tenha mostrado esse resultado, e tem mais, melhor estar empiricamente vivo, que cientificamente morto”.

Manoel João conversou sobre o tema, em caráter exclusivo com o site Capital do Pantanal, neste domingo (19). A live obteve alcance superior a 54 mil pessoas organicamente. Foto: Reprodução internet

A reunião que decidiu pelo uso do kit preventivo ocorreu através da intermediação dos vereadores Roberto Façanha, Manoel Rodrigues e Dr. Gabriel. Agora, Manoel João aguarda a resposta documentada do secretário de saúde, uma vez que o pedido de demissão foi oficializado na secretaria. Neste sábado, enquanto ele conversava com a reportagem do site Capital do Pantanal, em Live exclusiva que alcançou mais de 54 mil pessoas organizamente, recebia a notícia que o tomógrafo do hospital havia queimado, “conversei com o prefeito e vamos terceirizar o serviço de clínicas particulares e do hospital da Cassems para que o povo não fique sem o exame”. A tomografia é essencial, apresentando “vidro fosco” aponta que o paciente está positivo para Covid antes mesmo do resultado do exame, que leva em média seis dias para chegar. O teste rápido não é confiável, pois pode dar falso negativo ou positivo.

Quanto ao ofício enviado pelo médico Manoel João ao secretário de Saúde, ele aguarda uma posição por escrito até a próxima quarta-feira , dia 22, dependendo da resposta ele continua à frente do Covid. O fato é que questões políticas estão interferindo na gestão hospitalar, e enquanto durar essa queda de braço quem perde é o povo, cujas consequências serão irreversíveis e incalculáveis.