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Médico morto por coronavírus em MS amava a profissão, mas não conseguiu cumprir último plantão

12 JUL 2020 • POR Midia Max • 10h02

Na linha de frente do combate à pandemia do coronavírus em Dourados, cidade do Mato Grosso do Sul que enfrenta surto da doença, o pneumologista Antônio Carlos Monteiro, de 59 anos, morreu sem conseguir terminar o último plantão no Hospital Evangélico,  onde trabalhava há muitos anos.

 

“Ele saiu de casa dizendo que faria um plantão de 24 horas, mas não conseguiu terminar, passando mal após 12 horas. Era o último plantão de sua vida”.  O relato é de Sueli Clemencia Batista Monteiro,  esposa do Dr. Monteiro, como era conhecido.

 

Segundo Sueli, o marido era apaixonado pela profissão. Emocionada, ela ainda guarda lembranças da chegada em Dourados, em 1994. Nesse ano, o médico iniciava os primeiros anos de trabalho no Hospital Evangélico, onde passou boa parte da sua profissão salvando pessoas. Nesse mesmo local ele acabou perdendo a sua própria vida.

“Ele amava aquele Hospital. Foi o primeiro lugar que o acolheu quando nós chegamos em Dourados”, conta a esposa do médico que também não guardou palavras para agradecer aos médicos, enfermeiros, equipes de limpeza,  fisioterapeutas, atendentes, que lutaram, segundo ela, de forma incansável para que seu marido conseguisse sobreviver.

 

“Gostaríamos de prestar nossa imensa e profunda  gratidão a todos que fizeram parte do tratamento do meu esposo, seja direta,  ou indiretamente, por meio de orações,  palavras de ânimo, conforto e pelas homenagens prestadas”, disse Sueli.

 

Sorridente e brincalhão

 

Na despedida dos familiares, limitada pelo protocolo da OMS (Organização Mundial de Saúde) nos procedimentos de sepultamento, alguns balões brancos subiram aos céus, como gesto de homenagem ao médico, que segundo os relatos de parentes e amigos eram sorridente e brincalhão.