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80% dos alunos da rede pública do Centro-Oeste recebem algum tipo de atividade não presencial na pandemia

11 JUL 2020 • POR Redação • 11h24
Segundo pesquisa, 6% dos entrevistados não têm nenhum equipamento eletrônico para acompanhar as atividades. - Divulgação

Pesquisa da Datafolha, encomendada pela Fundação Lemann, Itaú Social e Imaginable Futures, mostra que em menos de três meses de pandemia, é possível afirmar que 80% dos estudantes das redes municipais e estaduais do Centro-Oeste estão recebendo algum tipo de atividade para fazer em casa. No Brasil, a média é de 74%.

Foram efetuadas 1.028 entrevistas com pais ou responsáveis por 1.518 estudantes da rede pública em todo o Brasil. A margem de erro máxima para o total da amostra é de três pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%. A pesquisa quantitativa teve abordagem telefônica, a partir de sorteio aleatório de números de telefones celulares, e foi realizada entre os dias 18 e 29 de maio de 2020.

No Centro-Oeste, o acesso aos conteúdos se dá principalmente pela internet por meio de computador ou celular (68%), por videoaula gravada (29%) e pela televisão (7%). Apenas 1% informaram ter acesso só por material impresso e 1% por rádio.

“O material não substitui de nenhuma maneira o professor ou a interação social que a escola proporciona, mas mostra como a tecnologia pode ser uma boa aliada na educação”, diz Denis Mizne, diretor executivo da Fundação Lemann.

“Essa é a primeira de uma série de três pesquisas que têm por objetivo apoiar os gestores públicos com dados e evidências para um melhor planejamento das suas ações na pandemia. Os desafios são muitos, tanto dos estudantes quanto dos professores e gestores, que precisam pensar em novas formas de ensino-aprendizagem para manter a motivação dos estudantes e evitar o abandono escolar”, diz Ângela Dannemann, do Itaú Social.

Como as crianças estão estudando em casa?

A rotina dos estudantes em casa foi outro ponto abordado com pais e responsáveis. 84% dos alunos do Centro-Oeste estão fazendo a maioria das atividades enviadas pela escola, média um pouco superior a nacional, de 82%.

Na região, entre os principais entraves das atividades do dia a dia da educação remota estão a dificuldade dos pais para acompanhar os alunos (38%), dificuldades no aprendizado (14%) e a falta de interesse no conteúdo (13%).

A pesquisa mostra, ainda, que, no Centro-Oeste, 53% dos pais ou responsáveis dos alunos que receberam algum material acredita que o aprendizado está evoluindo em casa, enquanto 54% veem motivação dos alunos nas aulas. Porém, 29% temem que o aluno desista da escola se não conseguir acompanhar as aulas em casa e metade considera muito difícil para as crianças sob sua responsabilidade manter rotina de estudos. Esta dificuldade de acompanhamento está relacionada principalmente à falta de tempo dos adultos e à dificuldade para que eles expliquem as matérias.

Equipamentos usados pelos estudantes

Outro ponto importante apontado é o acesso dos estudantes aos equipamentos eletrônicos. A maioria das famílias no Centro-Oeste (94%) possui telefone celular. 54% afirmam ter computador e 55% televisão com internet.  6% não têm nenhum equipamento.

No Centro-Oeste, 65% dizem ter banda larga, assim como na região Sudeste. Já nas regiões Norte e Nordeste, apenas 37% e 53%, respectivamente, declararam possuir internet. No Sul, o índice é o mais alto do país, onde 71% responderam ter acesso.