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Policial Federal continua na luta para retornar ao cargo

18 JUN 2020 • POR Sylma Lima • 09h25
Paulo Cesar Coelho comprovou na justiça, que possuía documentos para as armas e munições acauteladas e apreendidas em sua residência.. - Arquivo Pessoal

A árdua luta, desigual, diga-se de passagem, pela sua reintegração continua, é o que afirma o ex-agente da polícia federal Paulo Cesar Coelho.

Paulo Cesar Coelho, apresenta ao site Capital do Pantanal, novos fatos que ocorreram em seu processo de expulsão do Departamento de Policia Federal, que em sua opinião foram compostos por uma “ação policial capciosa”, com “características de arbitrariedade”, sendo a “diligência abusiva”, segundo o Acórdão do TRF3 mantido pelo STJ, que o absolveu, e ainda classificaram as provas atribuídas ao policial como ilícitas.

Nesse aspecto, Coelho explica porque considera a ação "capciosa”. "Ccapcioso é um adjetivo na língua portuguesa, que qualifica algo ou alguém que procura enganar, induzindo ao erro. Uma pessoa com um comportamento capcioso tema intenção maliciosa de confundir e enganar alguém, utilizando de astúcia, sedução e esperteza. Além disso, arbitrariedade é um ato daquele ou daqueles que não seguem regras ou normas, é o ato que apenas depende da vontade ou arbítrio daquele que age. E abusivo é o uso incorreto ou ilegítimo, o excesso, ou o uso excessivo ou imoderado de poderes".

Coelho resume: “o que meus pares fizeram comigo foi um ato incorreto, ilegítimo, com excessos do uso de poderes da polícia federal, sem regras ou normas, com o intuito de enganar, induzir ao erro, e confundir com astúcia e esperteza a própria policia e o judiciário”.

O ex-agente conseguiu provar essa armação, foi absolvido junto às instâncias superiores da justiça brasileira, porém não conseguiu recuperar seu cargo na PF. Não havia nos autos a famosa “denúncia anônima” apregoada e o ex-policial possuía documentos para as armas e munições acauteladas e apreendidas em sua residência.

A história já absurda ganhou ainda mais ares de filme policial quando o ex-agente descobriu, que sua ex-esposa teve um relacionamento com nada menos que o delegado que realizou e inicialmente presidiu a ação policial e seu respectivo inquérito.

Ela afirmou isso em juízo e chegou a mandar para a Defensoria Pública da União um documento contando sobre o tal relacionamento, anexando inclusive uma foto que o delegado Haroldo havia lhe dado.

O referido delegado, Haroldo Malheiros Bastos, chegou a afirmar para uma testemunha ouvida no inquérito e nos processos administrativos que “o seu objetivo era prejudicar o APF Coelho”, utilizando ainda os termos: “quero fuder o Coelho”.

Essa traição múltipla só foi descoberta praticamente depois de anos do acontecido, pois na época Coelho não teve acesso ao depoimento de sua ex-esposa, o que só conseguiu muito tempo depois.

“Isso explica o porquê dela não ter sido presa na época” afirma Coelho.

Essa novela infelizmente parece estar longe de terminar e novas revelações vão sendo feitas conforme o desenrolar dos procedimentos para sua reintegração.

“O Departamento de Policia Federal sabe que errou e parece não querer assumir esse dolo, uma vez que houve intenção de me prejudicar”, diz o ex-policial, que luta pela justiça.

O Acórdão que absolveu Coelho aponta ainda contradições nos depoimentos dos policiais envolvidos no flagrante armado: “as inconsistências relatadas, pelos próprios policiais, são insuperáveis quando confrontadas com o testemunho dos autos”.

Apesar de tudo isso, e da decretação judicial da ilicitude das provas, o que é proibido pela Constituição Federal em seu artigo 5o, inciso LVI: “são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos”, o ex-agente federal continua excluído da corporação.