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Estado participa de mais dois ensaios clínicos contra a doença

6 ABR 2020 • POR Correio do Estado • 11h45
Laboratórios das Forças Armadas produzem cloroquina. - Divulgação

Além do plasma convalescente, Mato Grosso do Sul participará de outros dois ensaios clínicos. Em um deles será testada a hidroxicloroquina, empregada no tratamento de lúpus e malária. Após notícias de êxito em casos no exterior, o governo brasileiro concordou em analisar o uso da substância.

Apesar de estudos promissores, ainda não há evidências científicas suficientes que comprovem a eficácia do medicamento contra o novo coronavírus. O protocolo prevê cinco dias de tratamento e apenas para hospitalizados. A hidroxicloroquina complementará outros suportes já utilizados no tratamento, como a assistência ventilatória.

Estudos de pesquisadores chineses avaliaram o efeito antiviral da hidroxicloroquina contra o Sars-CoV-2 em comparação com a cloroquina. Pesquisadores afirmam que a hidroxicloroquina inibiu efetivamente a etapa de entrada do vírus na célula, assim como estágios celulares. Esse efeito também foi observado com a cloroquina.  

Na última semana, o Hospital Regional anunciou a compra de 4 mil comprimidos de hidroxicloroquina. Além disso, o Ministério da Saúde autorizou o envio de 5 mil comprimidos de difosfato de cloroquina (150 mg) à Secretaria de Saúde.  

Conforme Júlio Croda, o medicamento – e análise de estudos científicos – deverá ser testado em pacientes com quadro mais grave da doença. Na escolha de pacientes infectados internados, também haverá cuidado prévio se estes não apresentam contraindicações, como problemas cardíacos, no caso da cloroquina.  

SOLIDARITY

O terceiro ensaio da OMS vem sendo denominado de Solidarity (Solidariedade), destinado a investigar a eficácia de quatro medicamentos. O trabalho será coordenado pela Fiocruz. Pacientes de 18 hospitais de 12 estados participarão da pesquisa. Substâncias em teste são: a cloroquina e a hidroxicloroquina; combinação de remédios contra HIV, formada por lopinavir e ritonavir; combinação de lopinavir e ritonavir com interferon beta-1b, usado em esclerose múltipla; e remdesivir, desenvolvido para casos de Ebola.

Os trabalhos serão dirigidos por Valdiléia Veloso, da Fiocruz Rio. Os estados participantes são: Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco, Fortaleza, Pará, Amazonas e Distrito Federal. Os dados coletados serão centralizados em uma plataforma única da OMS.