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MS pode exportar mais com Brasil no "clube dos ricos"

16 JAN 2020 • POR Súzan Benites / Correio do Estado • 10h38

O Governo Federal informou por meio de nota a formalização do apoio dos Estados Unidos à entrada do Brasil na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) na manhã desta quarta-feira (15), em Paris. Com a possibilidade do País fazer parte do grupo econômico dos  países ricos, Mato Grosso do Sul vislumbra a comercialização da produção local com novos mercados.

O Estado exporta sua produção majoritariamente (58,35%) para países que não integram a organização. Somente a China, conforme os dados do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, corresponde a 41,69%  do valor total das exportações em 2019, foram US$ 2,175 bilhões de dólares em negócios com o País. Ainda entre os países que compram a produção do Estado (e não fazem parte do OCDE) estão Argentina, Holanda, Hong Kong, Irã e Uruguai. 

Com a entrada do Brasil no grupo de países ricos, o Estado teria a oportunidade de aumentar o volume exportado para destinos como o Japão, que representa atualmente 4,58% do valor total das exportações em 2019. De acordo com o secretário-adjunto da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Ricardo Senna, a possibilidade do País se tornar membro da OCDE também é benéfica para MS. “Os requisitos que o Brasil têm que cumprir permitem o alinhamento das políticas de zoneamento entre os países membros. E com esse alinhamento, como é que ele [Brasil] é visto pelos investidores? Com um olhar de estabilidade, cumprimento de práticas internacionais. Do ponto de vista macroeconômico é um olhar benéfico para a nossa economia. Como em Mato Grosso do Sul temos as cadeias produtivas de competição internacional como a celulose, carnes, grãos, temos o turismo também, para nós facilitaria o acesso a esses mercados e seria extremamente importante. De uma forma geral nosso Estado se beneficiaria muito”, explicou. 

Senna ainda reforça que outras medidas têm sido adotadas para que em conjunto com as políticas internacionais amplie o crescimento do Estado e do País. “Isso também se reforçaria com outras políticas que estamos adotando como a estabilidade fiscal, a política de promoção do desenvolvimento sustentável, a de liberdade econômica. Tudo isso acaba construindo uma estrutura sólida para que o país possa acessar outros mercados e acelerar o processo de desenvolvimento econômico”, afirmou. 

SELO DE QUALIDADE

Para o presidente do Conselho de Economia do Mato Grosso do Sul (Corecon-MS), Heber Xavier, caso o Brasil passe a integrar OCDE, o país passa a ter  como garantia um selo de qualidade, ou seja, terá credibilidade junto aos investidores. “No caso de Mato Grosso do Sul será beneficiado, principalmente, porque temos aqui um dos maiores celeiros de grãos do País, e também como grande produtor de proteína animal. Isso dará oportunidades e qualificação da entrada dos produtos sul-mato-grossenses nesses 36 países. É muito vantajoso [ser membro da organização], porque seria como um selo de qualidade simbólico. Outro detalhe importante é que verificando o PIB de diversos países após ingresso na OCDE, eles tiveram crescimento”, aponta Xavier.

O economista Thales Campos acredita que à partir do momento que o Brasil fizer parte do grupo ‘vip’ caminhará rumo ao desenvolvimento político-econômico. “Estamos num momento de gestão técnica no País. Essa possibilidade de fazer parte da OCDE mostra que o Brasil caminha no rumo correto para irmos em direção ao desenvolvimento. Para Mato Grosso do Sul será uma oportunidade de agregar valor aos nossos produtos”, afirmou.

APOIO DOS EUA

O governo brasileiro comemorou a formalização  do apois dos Estados Unidos à entrada do Brasil na OCDE. “O governo brasileiro recebeu com satisfação a notícia de que os EUA apresentaram hoje, ao Conselho da OCDE, proposta de início imediato do processo de acessão do Brasil”, diz o texto divulgado pelo Itamaraty.

Para o Ministério de Relações Exteriores, o apoio dos EUA é um passo fundamental. “Esperamos que todos os membros da organização cheguem rapidamente a um entendimento que permita o início do processo de acessão do Brasil”, informou a nota.