Geral

'Nem Evo, nem Mesa': Protestos se radicalizam na Bolívia apesar de auditoria eleitoral da OEA

2 NOV 2019 • POR G1 • 10h49
'O povo pede anulação', diz cartaz erguido por manifestantes em La Paz, na Bolívia, nesta sexta-feira (1º). - Aizar Raldes/AFP

Manifestantes voltaram às ruas da Bolívia nesta sexta-feira (1º) para protestar contra o resultado da eleição que deu ao presidente Evo Morales o quarto mandato consecutivo. Desta vez, porém, grupos se posicionaram contra o segundo colocado na votação, Carlos Mesa, em um ato que ficou marcado como "Nem Evo, Nem Mesa".

Os atos ocorrem no início da auditoria comandada pela Organização dos Estados Americanos (OEA). A entidade, além de países como Brasil, Argentina e Estados Unidos, manifestou-se favorável a uma análise do pleito. Evo prometeu apoiar um segundo turno com Mesa caso se comprove a fraude denunciada por opositores.

Entre os apoiadores do "Nem Evo, Nem Mesa", os manifestantes propõem uma nova eleição em que seja proibida a participação dos dois candidatos mais votados. Os protestos por essa proposta se concentraram em La Paz e em Cochabamba.

Houve, ainda, manifestantes da oposição que concordaram em não esperar a auditoria da OEA e apoiar uma nova eleição sem Evo, mas com Mesa. O presidente rechaçou a ideia.

"Vamos defender a democracia e os resultados", afirmou Morales em discurso em Cochabamba, segundo a agência France Presse.

Morales disse que bolivianos devem esperar o relatório da auditoria da OEA, que deve ficar pronto em duas semanas, um sinal de que pensa que lhe será favorável para selar um novo mandato até 2025.

 

Confrontos na Bolívia
Os protestos continuaram na Bolívia, após quase duas semanas das eleições presidenciais. Em La Paz, houve bloqueios a vias, e, em Santa Cruz de la Sierra e Potosí, grupos organizaram greves e paralisações de serviços.

Em alguns casos, ocorreram confrontos entre forças de segurança e manifestantes. Desde o início dos protestos, no dia seguinte às eleições, duas pessoas morreram e 140 ficaram feridas, informou a Defensoria do Povo.