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Cavalo pantaneiro tem noite de gala

19 NOV 2018 • POR Silvio Andrade • 08h50
“Alcançamos uma média ótima (R$ 14.600), num período ruim de comercialização devido a crise econômica, o que demonstra a força do cavalo pantaneiro no mercado”, disse Luciano, - Silvio Andrade

O último leilão da Feira Agropecuária do Pantanal (Feapan), realizada deste o dia 14 em Corumbá – segundo maior rebanho bovino do País, com 1,9 milhão de cabeças – reuniu um lote de cavalos pantaneiros, raça nobre que se adaptou ao complexo sistema hidrológico do bioma. A Feapan encerra-se neste domingo.

Pela primeira vez, o leilão de equinos foi realizado fora do Parque de Exposição Belmiro Maciel de Barros e contou com uma noite de galã, neste sábado(17), com todo o glamour, valorizando o animal e o trabalho e dedicação dos criadores, responsáveis pela preservação da raça.

Por iniciativa de empresários da cidade, tendo a frente o Haras AKS, a Feapan promoveu o primeiro leilão Noite do Cavalo Pantaneiro, no ginásio de esportes do clube Corumbaense. O ambiente foi cuidadosamente preparado e decorado, com serviço de atendimento vip aos convidados.

O sucesso do leilão foi completo, destacou o presidente do Sindicato Rural de Corumbá, Luciano Leite, um dos criadores do cavalo pantaneiro. A produção impecável do evento, onde foram construídas rampas para os animais terem acesso ao tartesal, somou-se a excelente comercialização.

“Alcançamos uma média ótima (R$ 14.600), num período ruim de comercialização devido a crise econômica, o que demonstra a força do cavalo pantaneiro no mercado”, disse Luciano, que exerce também o cargo de subsecretário de Desenvolvimento Econômico e Sustentável na prefeitura de Corumbá.

Compradores da Bolívia

O dirigente ruralista observou que a movimentação financeira dos leilões de touros e do cavalo pantaneiro acima da média se deve, também, ao trabalho de aproximação e integração com os pecuaristas da Bolívia. Muitos empresários do vizinho país estiveram presentes na Feapan e adquiriram animais.

Essa integração está sendo construída a partir de encontros de gestores do município e representantes do sindicato rural com autoridades e pecuaristas da Bolívia. Luciano Leite e outros representantes de Corumbá estiveram recentemente em Santa Cruz de La Sierra participando das feiras agropecuárias.

No leilão de 200 touros, na sexta-feira (16), a presença de um grupo de produtores da Bolívia aqueceu a comercialização dos animais. “Foi o grande diferencial”, avaliou o presidente do Sindicato Rural. Alguns reprodutores foram vendidos acima da média, em torno de R$ 9 mil.

“Alcançamos preços excelentes nesse leilão”, disse o leiloeiro Carlos Guaritá, explicando que, ao contrário de outras regiões, a Feapan ofereceu poucas opções de frete embutido no preço do animal para entrega do animal ao comprador. “A presença dos bolivianos foi fundamental.”

Campeões de venda

No leilão que reuniu 38 cavalos pantaneiros, a maioria de criadores de Corumbá, o destaque ficou para a compra de animais por novos investidores na raça de várias regiões do Estado e também da Bolívia. Animais criadores em Corumbá também foram adquiridos por pecuaristas de Mato Grosso.

O cavalo mais disputado no leilão foi o Feitiço da Jotaca, dos criadores André Thuronyi e Luiz Rodolfo, vendido a R$ 30 mil (30 parcelas de R$ 1.000). Outro destaque foi a égua Favorita Jotaca, de João Carlos Segala, arrematada por R$ 27 mil. Alguns criadores ofereceram fretes até para Santa Cruz de La Sierra.