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Dia do Pantanal: Assoreamento e lixo apontam desastre ambiental no rio Paraguai

12 NOV 2018 • POR Sylma Lima • 10h19
Quando o jornal fez a denúncia ainda havia água e erva de bicho, mas agora, so resta terra e lixo. Sintoma do assoreamento que levou ao desastre. Fotos: Sylma Lima

No dia 25 de Abril de 2017 o Capital do Pantanal foi acionado por pescadores e empresários de turismo a fim de apontar poluição no rio Paraguai causado pelo despejo de dois esgotos: Um das galerias aguas pluviais da cidade e outro proveniente do despejo de resíduos das estações de tratamento de esgoto (ETE) da Sanesul. O processo de eutrofização já estava avançado, inclusive a agua foi colhida e o resultado da poluição (DBO) foi muito acima da media, causando falta de oxigenação e mortandade de peixes. Ocorre, que apear da denuncia ter sido protocolada até na procuradoria do meio ambiente a problemática persiste e ganhou proporções mais drásticas, uma vez que o assoreamento já e visível. Barcos atracam após o monte de terra que se formou no lugar, onde antes , atracavam as grandes e medias embarcações para abastecimento de energia, cujas caixas hoje se tornaram inúteis.

Segundo empresários a situação é grave e parece um quebra cabeças interminável porque ninguém quer assumir a responsabilidade, “ nem o Ibama, nem o Imasul, órgãos que já foram procurados pelos pescadores” , disse  Paulo da Conceição Vasconcelos, o Paulo ‘ jatobá’, presidente da Associação de Pescadores Profissionais, na ocasião que a reportagem do Capital do Pantanal passou a apurar a situação do rio.

Na área de entorno da orla portuária, quem desce pela rua Domingos Sahib, vindo pela ladeira José Bonifácio,  percebe, imediatamente, a mudança na vegetação do Rio, hoje visivelmente assoreado e tomado por erva de bicho. Não precisa ser especialista para perceber que tem algo errado no local. Trata-se do primeiro sintoma da poluição que vai transformar o local no segundo maior desastre ambiental do Pantanal, depois do assoreamento do Rio Taquari. O processo de eutrofização já tomou conta, cujas consequências são a mortalidade de peixes, assoreamento pelo acúmulo de resíduos, modificações na vegetação aquática, escassez de vegetação típica (camalote), provocados pelo descarte irregular de resíduos sólidos, uma vez que é possível identificar a quantidade de carga química no resíduo liberado pelas galerias, no Rio Paraguai. Apesar da reportagem cobrar posicionamento dos órgãos fiscalizadores, e até da corregedoria do meio ambiente, ate agora nada  foi feito e a situação, tristemente, piora a olho nu. Pelo jeito , neste dia do Pantanal, um ano e meio após a denuncia de poluição, a cidade não tem o que comemorar. Mas, lamentar.

Barcos que atracavam no porto são deixados nos montes de terra entre os esgotos. Fotos: Sylma Lima