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Corumbá volta a ocupar cadeira na AL e recupera sua força política

9 OUT 2018 • POR silvio andrade • 07h59
Vendramini em entrevista à josrnalista Sylma Lima durante apresentação da frotada Andorinha em Corumbá. - Fabinho Trindade

As eleições de 7 de outubro colocaram Corumbá novamente no cenário político estadual, depois da região pantaneira sofrer ausências sucessivas de representatividade no parlamento, a partir dos anos de 1990. A eleição do vereador Evander Vendramini (PP) à Assembleia Legislativa recupera a força política do município, que não elegeu uma das principais lideranças locais, Paulo Duarte (MDB), duas vezes deputado estadual e ex-prefeito.

Em 2012, Paulo Duarte deixou o mandato de deputado para assumir a prefeitura e Corumbá ficou seis anos sem ocupar uma cadeira na AL. No pleito de 2014, a região com o terceiro maior colégio eleitoral de Mato Grosso do Sul (Corumbá e Ladário somam 82.706 eleitores) não elegeu representantes ao parlamento estadual. O ex-prefeito Ruiter Cunha de Oliveira (falecido) e o atual prefeito Marcelo Iunes, na época vereador, ficaram como suplentes.

A falta de união partidária é uma das razões pelo fracasso político de uma região que já teve governador (de Mato Grosso), senadores e deputados federais. Os partidos lançam um grande número de candidatos, a maioria inexpressiva, e a polarização favorece políticos de fora, que “invadiram” o reduto eleitoral há 20 anos. Em 2014, com 12 candidatos locais disputando uma vaga à Assembleia Legislativa, 17.519 eleitores votaram em postulantes de outras regiões. Na eleição do dia 7, foram 12,5 mil votos para os “forasteiros”.

Para o pleito de 2018, a proposta de escolher dois candidatos de maior expressão dentro de um grande pacto político não vingou, com a morte do ex-prefeito Ruiter Cunha, em novembro do ano passado. Oito candidatos disputaram a eleição de domingo, dentre eles o vereador de primeiro mandato Chicão Viana (Solidariedade), da mesma coligação do deputado eleito Evander Vendramini. Um dos candidatos, Rogério Nemer (PMN) obteve apenas 82 votos.

Política sem vaidades

Atual presidente da Câmara de Vereadores de Corumbá, Evander Vendramini integrou uma forte coligação em torno da reeleição do governador Reinaldo Azambuja e se elegeu pelo coeficiente eleitoral. Recebeu 12.627 votos e foi puxado pelas expressivas votações do Capitão Contar e Coronel David, ambos do PSL, que obtiveram mais de 124 mil votos. Em 2014, Vendramini disputou o Governo do Estado, alcançando 0,82% (10.823) dos votos válidos.

O deputado eleito teve como seu maior cabo eleitoral o prefeito de Corumbá, Marcelo Iunes (PSDB), que era vice de Ruiter Cunhas. Ex-vereador, Iunes apostou todas as fichas no candidato para derrotar Paulo Duarte, seu maior adversário numa possível disputa pela reeleição, em 2020. “Recuperamos a nossa representatividade, Corumbá não pode ficar recebendo migalhas de alguns deputados que caem de paraquedas e levam nossos votos”, acusou o prefeito.

Para Evander Vendramini, sua eleição é a semente de um pacto político que pode fortalecer ainda mais a região nas próximas eleições majoritárias. “Sonhamos juntos e Corumbá e Ladário tem agora o seu deputado estadual", disse ele. “Temos que deixar de lado as vaidades políticas e pensar na cidade, na nossa população, a qual também precisa estar consciente e votar nos candidatos locais que, realmente, tenham chances de se eleger”, ponderou.

Além do apoio do governador Reinaldo Azambuja e do prefeito Marcelo Iunes, Vendramini contou nessa campanha com o empenho pessoal de 12 dos 15 vereadores, além de ex-vereadores. Paulista de Monte Aprazível, 54 anos, o deputado é advogado e médio produtor e cumpria seu quarto mandato de vereador. “Vamos ser uma voz atuante por Corumbá e o Pantanal na captação de recursos, no fomento ao turismo e geração de empregos”, prometeu.