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Sylma Lima faz a história do webjornalismo em Corumbá

20 SET 2018 • POR Ariane Martins • 07h42
Há 25 anos atuando na comunicação a jornalista foi correspondente de grandes emissoras de rádios e televisão por todo pais, como CBN Nacional e TV Record. Foto: Gilson Carvalho.

Emblemática, cheia de magnetismo e carisma, Sylma Lima possui caraterísticas marcantes e fama de durona. Ela não só acompanhou a revolução no modelo de produção e distribuição das notícias, como também ajudou a escrever a história do webjornalismo em Mato Grosso do Sul, bem como a democratização da informação.

O seu primeiro contato com o jornalismo online foi no site Pantanal News, (A.Anache) em 1998. Em 2003, encerrou o ciclo como professora universitária e lançou o site Capital do Pantanal, que no dia 23 de outubro completará 15 anos, um dos pioneiros do Estado e o mais antigo site de notícias de Corumbá.

“Desde o início, eu queria fazer algo diferente, que tivesse mais informações da nossa cidade, com a identidade do povo fronteiriço. Meu objetivo era regionalizara notícia, criar um portal jornalístico que participasse do cotidiano dos corumbaenses, que tivesse suas reivindicações, reclamações e aspirações. Não queria ficar somente nas cópias, compartilhando notícias de outras fontes. Quando os grandes jornais impressos começaram a fechar, eu percebi que tinha tomado o caminho correto”, explicou a jornalista.

Sylma trouxe para o webjornalismo toda a experiência adquirida numa década de experiência em rádio (Clube, CBN,CPN) em que repórter de rua. Nos anos em que prestou serviço para a Rádio Clube de Corumbá, ganhou a confiança dos ouvintes e transformou-se em porta-voz da população na busca permanente por melhorias nas áreas essenciais.

“Onde tinha uma injustiça, lá estava eu, cobrando, pedindo explicações para o delegado, prefeito, diretor de hospital, ou quem qualquer outro público que negligenciasse os cidadãos de bens. Ganhei a fama de briguenta, entretanto, sempre fui muito querida no meio do povão. Pessoas que até hoje me reconhecem nas ruas, me abraçam e que tornaram-se leitores assíduos do meu site”, conta.

Para ela, jornalista morno não resiste. Talvez seja esse o principal motivo que mantém o Capital do Pantanal no ar, resistindo aos inúmeros desafios diários, “ tenho muitos processos na justiça, mas tenho vencido todos graças a Constituição que nos dá o sagrado direito de informar o que acontece à nossa volta, no artigo que nos respalda através da liberdade de imprensa” .

“Nenhum veículo se mantém no ar por tanto tempo se ele não primar pelos pilares que sustentam o jornalismo que é: precisão, concisão e a imparcialidade da notícia. É isso que tentamos diariamente”, explicou.

Todos têm voz no Capital do Pantanal e podem opinar e compartilhar notícias, desde o político mais importante, até a pessoa mais humilde. “ o direito a informação é sagrado. Eu quero continuar sendo a voz dessas pessoas. É essa a minha satisfação”, destacou.

Ao longo desses quinze anos, o Capital do Pantanal acompanhou e noticiou importantes fatos, desde crimes políticos a momentos de glória da cidade. “Tenho um acervo com mais de 100 mil fotografias. Acompanhei casos como Ocorema Táxi Aéreo, no qual assassinaram o piloto Luiz Fernandes de Carvalho, para roubar três aeronaves, que até hoje não foram encontradas e acredita-se que estão na Bolívia, acompanhei crimes graves como execução de policiais (Cabo Rudy), crimes como o da menina Lívia que está desaparecida há mais de dez anos,combate a coureiros de jacaré e gangues juvenis, num belíssimo trabalho do juiz Joviano Caiado, nos anos 90. Também, tive a oportunidade de entrevistar grandes artistas da terra, como o Jorapimo, expressionista, que buscava inspiração em ícones do Pantanal. Dois presidentes da república: Color e Lula, como o saudoso Ulisses Guimaraes, quando veio pescar no Pantanal com sua mulher dona Nora, pouco tempo antes de morrer numa explosão ,num helicóptero, até hoje uma incógnita”, relembra, “ inaugurei muita obra, cobri muito lançamento de pedra fundamental desde a época do ex deputado corumbaense Eliseo Curvo que já falava em corredor bi oceânico” .

Hoje, o site Capital do Pantanal é o mais antigo de Corumbá. “Querendo ou não, as pessoas gostando ou não do meu posicionamento, eu ajudei a escrever a história da minha cidade. Por meio Capital do Pantanal é que eles têm acesso às informações com requintes de detalhes.. Não me importo em dar a noticia em primeira mão, mas em fazer bem feito, essa é nossa marca”, destaca a empresária.

Para Sylma, a Comunicação é uma ciência em transformação e a maneira de levar a informação para as pessoas muda constantemente. “Hoje, temos uma maneira diferenciada de trabalhar, de postar a nossa notícia e se destacar. Quero continuar evoluindo, fazendo o que eu gosto e ajudando a minha cidade”, finaliza. A grande festa está marcada para esta quinta-feira,20, no terraço da boate 1054 com shows da Pesada, saxofonistas e DJ Léo, onde recepcionará 250 convidados. (Matéria extraída revista AL.SO)

Enfrentando desafios e até descontentamento de colegas  a jornalista comomeora estes ultimos 15 anos como uma grande vitória profissional. Foto: Gilson Carvalho

Sylma Lima é jornalista (MTB 139/MS), radialista (MTB 127/MS), foi professora universitária de Língua Portuguesa (UFMS). Formada em letras pela UFMS, habilitação em Português, Inglês, Latim e Literatura. É especialista em Língua Portuguesa pela Universidade Salgado de Oliveira (RJ), Gestão da Comunicação e Marketing Institucional pela Universidade Castelo Branco (RJ). Atua na área de comunicação e expressão com ênfase em produção de texto com técnica do desbloqueio. Foi Conselheira Estadual dos Direitos da Pessoa Humana na gestão do ex governador Andre Puccinelli (MDB).