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“ Prosa de Criança” - Contação de história regional para a infância

10 SET 2018 • POR assessoria de imprensa • 07h13
Educadora desenvolve técnica de contação de história em cinco municípios de Mato Grosso do Sul - assessoria de imprensa

O grupo de pesquisa Prosa e Segredo desenvolve desde 2010 ações de fortalecimento do patrimônio cultural imaterial e cultural da infância, com foco nos estudos de contação de histórias.

A partir de agosto teve início uma nova etapa de pesquisa prática centrada no processo de aprendizado e de valorização da cultura regional para crianças e adolescentes que cursam o ensino fundamental.

Esse é o “Prosa de Criança”, uma iniciativa da educadora, Michelly Dominiq, que promove o estudo, pesquisa e difusão das manifestações orais tradicionais, executada a partir de performances em contações de histórias, seguidas de oficinas com estudantes.  O lançamento aconteceu no dia 24 de agosto, em Campo Grande, com um grupo de 30 alunos do 4º ano, da Escola Sesc Horto.

Com um total de cinco oficinas de Criação Literária, o Prosa de Criança realizará  em setembro apresentações em Corumbá, Dourados, Três Lagoas e Ponta Porã. Com apoio do Serviço Social do Comércio (Sesc-MS), os próximos encontros acontecerão gratuitamente nos espaços das unidades localizadas nos municípios citados.

Construção da edição 2018 - Para desenvolver a proposta, a pedagoga focou o estudo em pesquisa e difusão das manifestações orais tradicionais, realizando o processo de registro, publicação e circulação dos contos, cantigas e mitos populares das localidades contempladas.

 “Em fases anteriores coletamos informações sobre a cultura oral do Estado, as quais foram compiladas em 400 livros que foram distribuídos para bibliotecas das comunidades atendidas pelo projeto. No segundo momento realizamos atividades pedagógicas incluindo contações de histórias para professores e nesta fase, o objetivo é priorizar o olhar e a escuta infantil”, detalha.

A aprovação no edital de Fundo de Investimentos Culturais (FIC/MS) no ano passado possibilitou a realização da edição 2018 que atenderá 150 estudantes do ensino fundamental, moradores em comunidades ribeirinhas, indígenas e fronteiriças dos municípios participantes

Dominiq explica que ao final dos encontros, o material produzido pelos estudantes será encadernado e distribuído, com uma meta de alcançar a impressão de mil exemplares. “Nossa atividade lembra o trabalho realizado pelos escribas, pois, o primeiro passo é despertar nos alunos o interesse pelos relatos feitos pelos adultos de suas comunidades. Depois desenvolvemos uma oficina de escrita criativa em sala de aula que resulta no conteúdo que será transformado em livro”, detalha.

Critério de seleção -  As produções desenvolvidas pelos estudantes serão selecionadas, sendo uma de cada oficina e município, resultando na elaboração de um livro com cinco contos populares. O critério de seleção das histórias avaliará a criatividade de narrativa, composição da ilustração e originalidade do conto popular.

Depois de concluída a fase de apresentação e oficinas, o Prosa de Criança retornará aos municípios para lançar os livros de contos. Cada grupo de crianças participantes receberá suas histórias publicadas e terá a oportunidade de vivenciar a experiência de ser autor. As publicações serão doadas para cada estudante e biblioteca das escolas participantes.

“Nosso desejo é valorizar o olhar infantil sobre a sua própria identidade, resgatando os contos orais populares que formaram a identidade sul-mato-grossense. Do ponto de vista pedagógico entendemos a necessidade promover a cultura de infância e para isso propomos a realização da aprendizagem por meio do empoderamento da alfabetização, da leitura e do letramento”, finaliza Michelly Dominiq.

Opinião dos participantes - A professora de artes do Sesc Escola Horto, Soane Piuna, destacou que a experiência foi educativa e prazerosa para os estudantes. “Achei muito bacana unir as duas forças criativas que são a arte escolar que praticamos aqui e também a cultura dentro do Sesc. A oficina de criação literária contou com a produção da ilustração dos desenhos, então foi uma oportunidade para que a turma exercite o que aprende durante as aulas de forma inovadora e prazerosa”, observa.

Um dos alunos participantes, o Gustavo, fez uma análise interessante sobre a importância de preservar os livros impressos. “Achei muito legal que a gente fez tudo em grupo e é bem melhor do que fazer sozinho. Percebi também que devemos cuidar bem dos livros, porque se um com cinco páginas já deu trabalho, imagina um igual ao Harry Porter”, aponta reflexivo.