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Presença de odontólogos nas UTIs pode se tornar obrigatória em Corumbá

9 ABR 2018 • POR Câmara de Corumbá • 09h18
No Pronto Socorro já existe atendimento odontológico e vereador quer profissionais também nas UTIs - Divulgação

A presença de profissionais de odontologia nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) pode se tornar obrigatória em Corumbá. É o que prevê um Projeto de Lei de autoria do vereador Yussef Salla que está em tramitação na Câmara Municipal de Corumbá.

A ideia do vereador é ter esses profissionais presentes tantos nas clínicas existentes na cidade, como em hospital público ou privado, onde existam pacientes internados, para os devidos cuidados da saúde bucal dos mesmos.

O projeto cita que nas UTIs, o profissional terá que ser um cirurgião-dentista. Já nas demais unidades, profissionais de odontologia com qualificação para atuar na área.

Ele explica que os pacientes internados nas UTIs devem receber cuidados especiais e constantes, não só para tratar o problema que o levou à internação, mas também para cuidar dos demais órgãos e sistemas que podem sofrer alguma deterioração prejudicial para sua recuperação e prognóstico.

“Nesses cuidados deve estar incluído o tratamento odontológico, com higiene bucal adequada, dada a inter-relação entre doenças bucais e sistêmicas”, justificou, citando que é raro encontrar um cirurgião-dentista fazendo parte da equipe multiprofissional das UTIs.

Lembra que o atendimento específico busca manter a higiene bucal e a saúde do sistema estomatognático do paciente durante sua internação, controlando o biofilme e prevenindo e tratando a cárie, a doença periodontal, as infecções perimplantares, as estomatites e outros problemas bucais.

Acrescenta ainda que o atendimento odontológico do paciente crítico também contribui na prevenção de infecções hospitalares, principalmente as respiratórias, entre elas a pneumonia nosocomial, ou hospitalar, uma das principais infecções em pacientes de UTI favorecidas por microrganismos que proliferam na orofaringe.

“Sua ocorrência é preocupante, pois é bastante comum entre esse grupo de pacientes, provocando um número significativo de óbitos, prolongando a internação do paciente e exigindo mais medicamentos e cuidados”, apontou.

Considera ainda que a grande maioria dos pacientes de UTI não tem como se queixar de seu estado e de seus incômodos, e que os profissionais responsáveis por cuidarem da manutenção de suas vidas e saúde devem estar presentes na equipe multiprofissional, que deve ser a mais completa possível.

“Com isso requeremos a presença dos cirurgiões-dentistas, pois o fato de não haver cuidados bucais provoca desdobramentos que vão além da boca e além até da saúde integral do paciente. Dificuldades na melhora do quadro clínico do paciente e o prolongamento da sua estada na UTI geram uma diminuição no número de vagas disponíveis e aumentam os gastos hospitalares”, completou.