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Juiz manda a júri popular acusado de matar ex-mulher e esconder em sofá-cama em Campo Grande

2 MAR 2018 • POR G1 • 09h50
Homem é acusado de matar jovem e esconder corpo em sofá, em Campo Grande ( - Reprodução/TV Morena

O juiz Aluizio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande, decidiu levar a júri popular o julgamento de Eduardo Dias Campos Neto, acusado de matar a ex-mulher Aparecida Anauanny Martins de Oliveira, de 18 anos, asfixiada e esconder o corpo em sofá-cama, há 11 anos.

Interrogado em dezembro do ano passado, Eduardo afirmou ao juiz que matou a ex-mulher depois de uma discussão sobre a paternidade do filho do casal. No dia 6 de março de 2007, Aparecida teria cuspido no rosto dele e confessado que o acusado não era o pai da criança.

Conforme a denúncia do Ministério Público do Estado (MPE), o laudo de exame necroscópico atesta que a causa da morte davítima foi asfixia mecânica causada por provável esganadura. Além disso, Eduardo disse no interrogatório ter dado um golpe conhecido como "mata leão" na vítima, que é uma espécie de estrangulamento utilizado em artes marciais.

"A instrução processual permite concluir que EDUARDO pode teraplicado o golpe de asfixia de inopino, sem que a vítima pudesse esperar o ataque, bem como teria segurado-a em 'chave de braço' por cerca de 3 (três) minutos, somente cessando a agressão quando Aparecida parou de se mexer", disse Aluizio na decisão.

O Tribunal de Justiça de Mato Grossodo Sul (TJ-MS) concedeu ao acusado a substituição da prisão preventiva por domiciliar no dia 22 de fevereiro. Eduardo faz tratamento contra um câncer, inclusive foi interrogado pelo juiz na Santa Casa, onde estava internado.

Fuga

O acusado ficou 10 anos foragido da polícia. A captura dele, em agosto de 2017, foi possível depois da inclusão na da Interpol. A prisão ocorreu em uma estrada de terra no Paraguai, próximo a Porto Murtinho, região sudoeste de Mato Grosso do Sul.

O acusado disse que escondeu o corpo da ex-mulher para evitar que o filho visse a mãe morta. Em seguida, fugiu para o país vizinho onde permaneceu foragido até a prisão. Durante os 10 anos que esteve como fugitivo, trabalhou em fazendas e constituiu outra família e é pai de uma menina.

Relacionamento

Antes de morar com Eduardo, a jovem Aparecida vivia com a família, no distrito de Anhanduí, em Campo Grande. Ela era a filha mais nova de dona Maria Iraídes. A professora se lembra que o relacionamento dos dois era conturbado e que o genro sempre foi agressivo por causa de ciúmes. Um dia depois do crime ela chegou a ir até o apartamento onde o corpo da filha estava escondido.