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Puccinelli recorre a amigos para pagar fiança e R$ 1 milhão

17 MAI 2017 • POR Campo Grande News • 12h34
O advogado Renê Siufi e André Puccinelli deixam o Gaeco depois que o ex-governador prestou depoimento em 2015. - Marcos Ermínio/Arquivo

O ex-governador André Puccinelli (PMDB) está conversando com amigos e familiares para arrecadar R$ 1 milhão e pagar a fiança arbitrada pela Justiça Federal. “Ele está cuidando pessoalmente disso”, afirmou o advogado Renê Siufi, defensor do líder peemedebista.

Siufi reafirma que Puccinelli não tem como quitar a dívida com o Judiciário sem ajuda, uma vez que seus bens estão bloqueados desde o ano passado. “Ele tem R$ 1 milhão, mas está bloqueado, então a alternativa tem sido correr atrás de pessoas amigas que possam emprestar esse dinheiro a ele”.

O advogado explica que um empréstimo bancário também é inviável, uma vez que ele não tem patrimônio para colocar de garantia.

Para o defensor, a juíza Monique Marchioli Leite, substituta na 3ª Vara Federal de Campo Grande, tomou medidas muito rigorosas contra Puccinelli.

Ele comentou ainda que o juiz Fabio Luparelli se mostrou mais sensível ao ampliar o prazo para que o ex-governador providencie o pagamento da fiança. “Quem levanta R$ 1 milhão de uma hora para a outra?”

Exagero – Renê Siufi também reiterou considerar um exagero a imposição do uso de tornozeleira eletrônica. “Não há risco de fuga, ele [Puccinelli] está colaborando. É completamente desnecessário o uso de tornozeleira”.

No entanto, outro recurso, pedindo justamente a revogação das medidas restritivas diversas da prisão, só deve ser entregue à Justiça na próxima semana. Até segunda-feira [22], data limite para o pagamento da fiança, todo o esforço está sendo concentrado em levantar o dinheiro, segundo o advogado.

O advogado fez questão de dizer que Puccinelli é apenas investigado e que, por enquanto, não há acusação contra ele. “Não há que se falar em defesa em relação ao Dr. André, porque não há processo algum contra ele e nem sequer provas. Ele não está sendo acusado de nada, até o momento só se tem ilações”.

Alternativas à prisão – Na semana passada, o MPF (Ministério Público Federal) pediu a prisão preventiva de André Puccinelli argumentando que ele faz parte de esquema esquema que desviou R$ 150 milhões dos cofres públicos.

Ao negar o pedido de prisão preventiva do alvo da 4ª fase da operação Lama Asfáltica, a Justiça determinou uma série de medidas cautelares diversas da prisão: além da fiança, o uso de tornozeleira eletrônica, proibição de se ausentar da Capital por mais de dez dias sem prévia autorização judicial, recolhimento noturno a partir das 21h, proibição de estabelecer contato com os demais investigados e comparecimento mensal em juízo.

Em caso de descumprimento de qualquer uma das condições, poderá ser decretada a prisão preventiva.

A defesa de Puccinelli recorreu da decisão da primeira decisão, mas no fim de semana, a juíza negou o pedido de retirar a exigência de fiança.

O advogado entrou com novo recurso nesta segunda-feira, pedindo que a Justiça então sequestrasse R$ 1 milhão das contas bloqueadas do ex-governador ou em bens. Segundo Siufi, como a juíza saiu de férias, Fabio Luparelli assumiu o caso.

Ele indeferiu o pedido de sequestro do valor, mas deu prazo de cinco dias úteis para que o ex-governador providencie o pagamento.

O patrimônio do ex-governador, que na quinta-feira passada foi levado para depor na sede da Polícia Federal, não mereceu destaque no pedido de prisão. Mas, consta que a investigação descobriu vários indícios de que ele bens em nome de laranjas.