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Estudo faz mapeamento dos córregos que cortam zona urbana de Ladário

10 MAR 2017 • POR PML • 08h31
Pesquisa é realizada pela Fundação Municipal do Meio Ambiente em parceria com o campus Campo Grande da UFMS. - Divulgação

Uma pesquisa capitaneada pela Fundação Municipal do Meio ambiente, através de um termo de cooperação mútua com o curso de Engenharia Ambiental, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Campus de Campo Grande, está fazendo o levantamento do “serpenteamento”, ou seja, do curso dos córregos que cortam a zona urbana de Ladário. O trabalho vai facilitar ações como a implantação de drenagem, a proteção dos cursos d’água e, até, a determinação dos limites territoriais do município.

“Como não havia nenhum tipo de estudo sobre os cursos d’água daqui, essa pesquisa é pioneira”, afirmou Andréia Victório, presidente da Fundação de Meio Ambiente de Ladário. “O grupo está fazendo as análises do solo e da água, está pontuando em GPS, o que define o curso da água que corre toda a área urbana do município”, explicou a presidente.

O objetivo do projeto, que deve ser concluído até o mês de maio, é ter uma base de dados para ordenar tanto as questões ambientais, como a drenagem urbana. É que, com o conhecimento dos cursos da água para saber como eles funcionam, pode-se ajudar também a secretaria de Infraestrutura a escoar o acúmulo da precipitação pluviométrica de forma ordenada.

Além disso, segundo Andréia, será possível acabar com uma polêmica antiga que envolve os municípios de Corumbá e Ladário, a delimitação da divisão das duas cidades. “Geralmente, os limites dos municípios são definidos por cursos d’água”, afirmou ela, que, entretanto não quis adiantar nada sobre o assunto, até porque ele é polêmico e as informações têm que ser precisas.

A polêmica em torno do assunto começa com a quantidade de córregos existentes. “Fala-se em dois, o Córrego do Teixeira e o Córrego do Chico”, pondera a presidente, que afirma ainda que existem controvérsias sobre isso. Sejam quantos forem, o fato é que eles são muito grandes e cortam Ladário como veias fazendo curvas e voltas em grandes extensões.

“O estudo ainda não está concluído, quando terminarmos os levantamentos eles serão apresentados em uma audiência pública”, afirmou Andréia a respeito da pesquisa denominada “Estudos técnicos dos cursos d’água do município de Ladário, com utilização de ferramentas de sensoriamento remoto”.

A pesquisa também irá avaliar a qualidade da água. Foto: Divulgação

A pesquisa está sendo feita com custos mínimos para não onerar os cofres do município. São cinco estagiários de Engenharia Ambiental, que faziam parte do Projeto Rondon e já conheciam Ladário. Eles coletam os dados e levam para a capital do Estado, onde eles são tabulados. Na cidade elas têm o apoio da Fundação do Meio Ambiente que coloca estrutura e funcionários à disposição, ampliando assim a equipe.

Saber por onde os córregos passam é importante porque, em vários casos, eles formam veios por baixo de casas e terrenos, dificultando a terraplanagem e a drenagem de muitos locais e provocando inundações em época de chuvas. Entretanto, a pesquisa também visa levantar os dados a respeito da qualidade da água, através de amostras que são coletadas e levadas para análise em Campo Grande.

Na capital são feitas a análise físico-química e a análise bacteriológica, e também é lá que acontece o processamento das imagens de satélite. Um trabalho que é complexo e que já vem sendo executado há algum tempo, encontra-se em fase final e até maio deve desvendar os mistérios das águas que correm por cima e por baixo da terra em município ladarense.