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Governador aponta Corredor Bioceânico como o futuro da integração da América Latina

13 FEV 2017 • POR Gesiane Medeiros • 12h12
Governador e ministro da Bolívia responderam a impresa após a reunião. Foto: Sylma Lima

O governador do estado, Reinaldo Azambuja, chegou a Corumbá logo cedo desta segunda-feira (13), no Aeroporto Internacional da cidade, acompanhado pelos secretários, Jaime Verruck da Semade e Marcelo Miglioli da Seinfra. Na pauta uma audiência, na prefeitura do município, com o embaixador da Bolívia, José Kinn Franco; o ministro de Obras Públicas, Serviços e Habitação da Bolívia, Milton Carlos Hinjosa  e o coordenador-geral de Assuntos Econômicos da América do Sul, João Carlos Parkinson para discutir a implantação do Corredor Bioceânico Central e a possível utilização do gás boliviano pela usina termoelétrica que será construída em Ladário. Recepcionado pelo prefeito Ruiter Cunha de Oliveira, seguiram direto para o prédio municipal.

A expectativa do governo do estado é que corredor bioceânico central ferroviário aumente o potencial de competitividade tanto na exportação quanto na importação. O projeto ligará o Porto de Santos (SP) ao da cidade de Ilo no Peru além das ramificações que poderão acessar os portos chilenos, com 3.700 quilômetros, onde 80% já está feito. Reinaldo Azambuja confessou que alguns trechos precisam de reparos e outros de serem construidos, por isso a realização da audiência com o embaixador e o ministro da Bolívia na prefeitura de Corumbá, na manhã desta segunda-feira (13). Um entendimento entre os paises irão elaborar  os memorandos e um termo de coopreação entre MS e os países envolvidos. Segundo o governador, o próximo passo é fazer uma tratativa que será levada para o ministro das relações exteriores, José Serra, “acreditamos que há grande viabilidade de implantação do projeto, que consideramos o futuro da integração da América Latina, esse corredor ferroviário irá aumentará em muito a competitividade nas exportações e importações”.

Governador mostrou preocupação com a redução do bombeamento do Gás para MS, imposto pela Petrobras. Foto: Sylma Lima

Os termos alfandegários estão sendo estudados e estabelecidos para que o sistema seja desburocratizado. “Nossa primeira proposta é que os trens que vão para Santa Cruz, já possam entrar na ferrovia brasileira e que os nossos também possam acessar o território boliviano, integrando as malhas dos países”.

Azambuja reconheceu que malha Oeste (MS), não está em condições para tal pressão de uso, mas confirmou que o governo já está em contato com a concessionária Rumo, responsável pela malha, para realizar investimentos. “Tenho certeza que tendo essa expectativa de carga e essa integração, teremos a chance de resposta positiva para recuperação e revitalização do trecho entre Corumbá e Três Lagoas”.

Ministro Boliviano, Milton Carlos Hinjosa, vê com bons olhos a parceria. Foto: Sylma Lima

Sobre a crise do Gás, o governador apontou que quando se diminui o bombeamento, diminuem também as receitas, e que isso impacta não apenas o estado, como os municípios. O comparativo mostra que o ICMS do gás chegou a representar 18% da receita total nos anos de 2013 e 2014, em 2015 caiu para 16% e em 2016 para 11%, e se permanecer nas proporções que a Petrobras informa deve cair em 4%, “isso é uma queda de R$ 700 milhões/ano, e as prefeituras que são sócias em 16% do ICSM também sentem o peso dessa redução”, diz o governador. Que assegurou a busca por pela discussão com a Petrobras, para saber qual a política futura para o gás boliviano, para negociar uma possível compra direta. “A Petrobras não pode tirar de um dia para o outro, essa receita do estado”, aponta Azambuja.

O contrato atual para o gás de MS é de 30 milhões de m³ por dia, limite bombeado nos últimos 10 anos, porém no mês de janeiro, a Petrobras diminuiu para praticamente 11 milhões de m³ por dia. “Acredito que será necessária uma reunião maior com toda a bancada federal para buscar uma alternativa, pois a redução imposta pela Petrobras parece ser uma estratégia para negociar a renovação do contrato que estar a vencer”.