Geral

PF cumpre mandado de prisão de vereador em Ladário por crime eleitoral

24 JAN 2017 • POR Gesiane Medeiros • 07h57
Diligência iniciou por volta das 6 horas desta terça (24). Foto: Reprodução

Polícia Federal (PF) de Corumbá deflagra nesta terça-feira (24) a segunda fase da operação Anatocismus, que investiga a existência de crimes eleitorais ocorridos nas últimas eleições municipais de vereador na cidade de Ladário (MS).  Neste momento, cerca de 15 policiais federais realizam diligências de busca em domicílios, duas conduções coercitivas e duas prisões preventivas, uma delas em desfavor a um vereador eleito, Euripedes Zaurizio de Jesus , PTB.

Os crimes investigados são corrupção eleitoral ativa, falsidade ideológica eleitoral (“caixa dois”, usura pecuniária (“agiotagem”) e retenção de documentos de identificação. Somadas, as penas variam de dois a 11 anos de prisão.

A investigação iniciou há três meses, quando o órgão recebeu denúncia, que posteriormente foi complementada por diversas diligências, inclusive uma execução de busca na casa do na época candidato e atualmente vereador. Na ocasião, foram apreendidos documentos de identificação, cartões do programa Bolsa Família e contas de água e luz em nome de terceiros.

O aprofundamento das investigações apontou o que envolvimento dos indiciados nos crimes de corrupção eleitoral ativa e falsidade ideológica eleitoral (“caixa dois”), bem como nas infrações de usura pecuniária (“agiotagem”) e retenção de documentos.

“Caixa Dois”

As investigações apontam que o no momento, candidato a vereador em Ladário, teria comprado votos com valores que iriam de R$ 100 a R$ 200. Há suspeita de que o dinheiro utilizado para o pagamento desses valores tenha sidos obtidos através da prática de crime conhecido popularmente como “agiotagem”. Em determinados casos, a apuração de informações indica que eleitores podem ter obtido o “perdão” de dívidas em troca de votos.

As vítimas são em grande maioria pertencentes a grupo de vulnerabilidade econômica e social, baixa renda. Quando eram beneficiários do programa Bolsa Família, o candidato apreendia o cartão magnético do programa e a respectiva senha para efetuar os saques e cobrir os juros devidos pelos tomadores dos empréstimos, que eram contraídos com juros mensais na ordem de 30%.

Para a Polícia Federal, o indiciado desvirtuou a finalidade do programa Bolsa Família, que indiretamente teria financiado a compra de votos e realizou a prática conhecida como “caixa dois”, sonegando e inserindo informações falsas na prestação de contas de campanha.

O nome da operação, anatocismus, vem da língua grega, pode ser traduzido como usura, também conhecida como agiotagem. Com a prisão Eurípedes pode ser cassado pela Câmara de vereadores de Ladário e , neste caso assumiria o primeiro suplente Romildo Ferreira.