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Corumbá vive surto de cinomose e GAPA já atendeu 49 casos em um mês

14 DEZ 2016 • POR Sylma Lima • 14h33
O GAPA faz a vacinação quando procurada pelas famílias. Foto: Sylma Lima

Ao ano o GAPA (Grupo de Apoio e Proteção aos animais) atendeu 1890 casos de doenças em cães e gatos nesta faixa de Fronteira. Somente nos meses de Outubro e Novembro  foram atendidos 49 casos de  cães com cinomose em Corumbá, e mais de 90% de mortes devido a gravidade da infecção. Segundo a voluntaria Elisângela Campos Cifuentes, o grupo atende casos de animais abandonados e de famílias carentes que não podem pagar um veterinário particular, “ devido ao grande número de animais infectados conseguimos a vacina e estamos imunizando os animais das pessoas que entram em contato com o GAPA através de mensagens (in box) na página do Face Book. A dose é cobrada R$ 20,00 apenas para repor o medicamento, pois esse é preço de custo” .

Segundo Rogério Ciabatari que faz o atendimento aos animais o número é assustador o que configura como epidemia, “ não é uma concentração isolada, mas em toda cidade” , disse explicando que a causa pode ser consequência das condições climáticas instáveis que baixa imunidade dos animais, “ recomendamos que façam a vacinação em cães a partir de 45 dias” . Os sintomas da cinomose começam com raiva, tremores, falta de apetite, vomito e secreção nasal, “ se perceber esse sintoma deve procurar um profissional porque a doença é difícil de ser tratada, pois cerca de 90% dos animais com a doença morrem” .

A preocupação do GAPA é que a doença é altamente transmissível e as vezes ela aparece após um quadro de pneumonia, “ e a vacina previne outras doenças graves”. O veterinário lembrou que estão fazendo a coleta de sangue e enviando para o Laboratório Central de Campo Grande (Lacen), “ e ainda não computamos os atendimentos deste mês de dezembro” . Em 15 dias foram registrados 30 casos de cinomose em Corumbá.

Cinomose

A cinomose se trata de uma doença que acomete cães mais jovens em seu primeiro ano de vida, pode também infectar animais mais velhos que por alguma razão não tenham sido imunizados anteriormente com vacinas próprias, ou que por alguma doença seu sistema imunológico se encontra debilitado.

A cinomose pode atingir vários órgãos, é sistêmica, podendo atuar em todo o organismo, é altamente contagiosa. É uma doença causada por um vírus que sobrevive por muito tempo em ambiente seco e frio. Porém é um vírus muito sensível ao calor, luz solar e desinfetantes comuns, dura em média três meses no ambiente após a retirada do portador.

Como é transmitida?

A cinomose se dá através de animais que se contaminam por contato direto com outros animais já infectados, ou pelas vias respiratórias, pelo ar contaminado ou por fômites, que são objetos que já tiveram contato com o portador da cinomose.

A transmissão direta é por secreção do nariz e boca de animais infectados que é a principal fonte de infecção.

Quais são os sintomas da cinomose?

Pode haver perda de apetite, corrimento ocular e nasal, diarréia, vômito e sintomas nervosos (tiques nervosos, convulsões e paralisias), dificuldade de respirar e febre. E de acordo com o estado imunológico do animal como um todo, ele pode vir a óbito.

Basicamente, a doença se apresenta em fases, podendo pular uma delas eventualmente. Inicia-se pela fase respiratória (pneumonia e secreção nasal purulenta, o conhecido pus), e ocular (secreção ocular purulenta, ou remela, em grande quantidade).

Qual o tratamento?

Não existe. O que se pode fazer é usar medicamentos para o controle dos sintomas. É importante que o animal seja mantido em um ambiente limpo, com temperatura agradável e alimentação correta de acordo com as indicações do veterinário.

Como prevenir a cinomose?

A melhor forma de prevenir é a vacinação, que pode ser feita em uma clínica veterinária. Os cães podem ser vacinados com seis meses de idade, filhotes devem receber três doses desta vacina na primeira fase da vida. Posteriormente os cães devem receber uma dose da vacina anualmente. Saiba mais sobre a vacinação de cães.