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Gaeco investiga deputados após gravação de aúdio sobre fraude de ponto

1 NOV 2016 • POR Correio do Estado • 10h40
Paulo Correia (esquerda) e Felipe Orro. Foto: Correio do Estados

Conversa gravada em que o deputado Paulo Corrêa (PR) orienta o colega Felipe Orro (PSDB) a fraudar folha de ponto de servidores da Assembleia Legislativa é assunto de investigação do Grupo Armado de Repressão ao Crime Organizo (Gaeco). A promotora Cristiane Mourão é responsável pela apuração.

Segundo a assessoria do Ministério Público Estadual afirmou nesta terça-feira, a apuração está sob sigilo e, por isso, a promotora não informou de onde partiu a denúncia, se do próprio pastor que repassou o caso ao MP de Maracaju ou se dos próprios promotores da cidade.

Nenhuma informação sobre a investigação será repassada para a imprensa, conforme o MP, em razão do sigilo. A expectativa é que tanto o pastor que é dono do celular por meio de onte a conversa foi gravada quanto os deputados sejam chamados para depoimento.

O CASO

Na última sexta-feira (28), o Portal Correio do Estado publicou o áudio com exclusividade. São mais de 3 minutos de conversa, ocorrida em julho de 2015 e que só veio à tona agora, em que Paulo orienta o colega a criar uma folha de ponto fictícia para que nenhuma irregularidade envolvendo funcionários que recebem sem trabalhar seja descoberta. Confira a conversa na íntegra no fim da matéria.

A reportagem apurou que a ligação vazou porque Orro usou celular emprestado de um pastor para retornar ligação a pedido de Corrêa, em junho do ano passado. Na época, Orro estava em Maracaju e conversou com o colega que estava no gabinete da Assembleia em Campo Grande.

O pastor afirma que o celular possuía aplicativo de gravação de ligações em razão de ameaças que sofria há alguns anos. Nesta semana, o pastor decidiu denunciar a situação ao Ministério Público Estadual (MPE) de Maracaju e o áudio acabou vazando.

Por meio de nota, Felipe Orro informou que todos os servidores que ele possui em seu gabinete são contratados legalmente. " Ajustes no controle de frequência foram e estão sendo feitos para atender a demanda de transparência da Lei e da sociedade".

Presidente da Assembleia, Junior Mochi (PMDB) disse, também por meio de nota, que a Casa possui rigoroso controle de presença dos funcionários e que está disposta a tomar medidas para não se afastar do compromisso da transparência.

Paulo Corrêa ainda não se manifestou sobre o caso e prometeu dar alguma declaração nesta terça-feira.