Marinha sente crise, reordena ações mas vai diminuir efetivo

O Comandante da Marinha, Almirante-de-Esquadra Eduardo Bacellar Leal Ferreira, realizou uma visita de rotina ao Comando do 6º Distrito Naval e suas Organizações subordinadas, nesta manhã de 29 de junho e conversou, num breve intervalo, com a imprensa local.

Entre os temas abordados o comandante enfatizou a crise econômica pela qual o pais atravessa e deixou claro que foi preciso um reordenamento para que as ações continuassem e não perdessem efetivo nem material ou qualquer outro prejuízo às forças armadas, principalmente em região fronteiriça. Bacellar explicou que apesar da crise obrigar a traçar novas estratégias, comparando o balanço das atividades desempenhadas em 2015, as deste ano superaram, principalmente ações de cunho social, “ fizemos mais com menos”, disse, “

Para o comandante, que vem de Fortaleza onde vai colocar em atividade um ‘forte’ desativado, Corumbá, não perdeu nada e ainda implantou o projeto de navegabilidade com os países da bacia platina, “ temos que ter uma logística eficiente e a hidrovia vai dar competitividade ao Brasil” .

 Quanto a visita do Ministro Raul Jungmann ele disse que foi proveitoso e que com certeza vislumbra alguns resultados positivos para superar o momento de cortes orçamentários . O comandante lembrou que ano passado foi muito difícil para as forças armadas que tiveram que reduzir gastos criando dividas, “ estamos discutindo porque afetou as nossas atividades, principalmente na Esquadra no Rio de Janeiro, mas de certa forma estamos sendo prejudicados aqui também, mas vamos reordenar tudo isso, aliado com as atividades para atender todas operações sem sofrer prejuízos” . Ele disse que tinha muitas dividas na praça e hoje reduziu, “ temos que ter cuidado para não gastar mais do que temos em caixa” .

Quanto aos cursos e concursos ele disse que poderá ter uma redução de efetivo, “ apesar de não cancelarmos nenhum concurso, porem reduzimos o número de vagas. Estamos fazendo reengenharia de nossos recursos humanos. Ninguém vai ser cortado da Marinha, mas serão substituídos os que forem se aposentando, “ se olharmos há dez anos atrás, perceberemos claramente que os cortes foram grandes. A Marinha teve redução orçamentária, mas no Pantanal as atividades não foram diminuídas” .

Com relação a operação Ágatha 11 ele explicou que a união das forças tem proporcionado resultado satisfatório, entretanto ainda não foi feito um balanço sobre o resultado da operação, “ o Estado Brasileiro quando trabalha sério e integrado mostra resultados de nível elevado. Quando a gente se junta é outra conversa. Pena que a operação é por pouco tempo” . Ele enfatizou que por Corumbá estar nomeio da água a participação da Marinha é fundamental, “ foi um sucesso” .

Ele explicou também sobre a futura implantação de uma sede de fuzileiros navais, cujo terreno já existe em Ladário, “ ainda tem alguns problemas burocráticos e de cunho legal, dentro da prioridade da Marinha, não há essa necessidade porque nossa base já existe e sabe trabalhar muito bem neste Pantanal” . Pelo que o comandante disse não há recurso para isso, e nem momento, pois a necessidade maior é quitar débitos com credores.

Ação social

A Marinha está fortalecendo laços com a Prefeitura no sentido de atender os ribeirinhos de maneira a  reduzir custos e dar mais abrangência ao povo das águas, “ o Estado chega até estas pessoas por meio da Marinha. Já fazemos isso há muito tempo com nossos navios patrulhas e cada vez crescemos mais, pois percebemos que é uma forma de dar contribuição além de servir a pátria. Essa é nossa contrapartida social” . Bacellar permanece até amanhã,  1º de julho em Corumbá e depois retorna a Brasília.