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Corumbá terá novo frigorifico a partir do segundo semestre, diz prefeito

17 JUN 2016 • POR Sylma Lima • 11h55
[caption id="attachment_518394" align="alignleft" width="300"] Prefeito diz que município garante incentivos fiscais às novas empresas. Foto: Sylma lima[/caption] Com o anuncio da perspectiva da geração de emprego e rendas em Mato Grosso do Sul, após a liberação da comercialização da carne “ in natura” para a União Europeia, restou a preocupação quanto à possibilidade de reabertura dos estabelecimentos que foram fechados devido à crise e criação de novos frigoríficos em municípios que tiveram o sinal verde para a exportação como é o caso de Corumbá e Ladário. Com apenas um abatedouro na cidade as perspectivas de fomento no setor não animavam, entretanto, o prefeito Paulo Duarte, confirmou nesta manhã de sexta-feira,17 de Junho, ao Capital do Pantanal, que a partir do segundo semestre o município estará inaugurando uma nova planta que corresponde as exigências internacionais  e as expectativas da população com relação a oportunidade de novos empregos. Quando o pais passa pela crise e vários setores sofrem perdas, e comerciantes anunciam o fim de suas atividades, a notícia da liberação da carne das Fronteiras do Estado vem como uma brisa fresca para os produtores do Pantanal, que possuem um dos maiores rebanhos bovinos do pais, e carne de qualidade. Paulo Duarte explicou que o empreendimento se trata de iniciativa privada, mas que abre as portas para a exploração da atividade há tanto tempo sonhada, “ temos lei de incentivo discais já aprovada pela Câmara a fim de fomentar a vinda de novas industrias para Corumbá. O frigorifico da cidade está sendo construído, às margens da BR 262 e abre as portas no segundo semestre. É importante que tenhamos nossa grife de carne do Pantanal, porque isso agrega valor ao nosso produto” , disse o prefeito lembrando que há muito tempo tem buscado formas de diminuir o desemprego , “ empresários corumbaenses estão investindo e também temos além do frigorifico de bovinos, o de jacaré que deve ser inaugurado em Março de 2017”. Divisas [caption id="attachment_518388" align="alignright" width="300"] Sinal verde para a exportação deve atrair grandes frigoríficos para o Estado e gerar milhares de emprego. Foto: Acrisul[/caption] Mais de 20 mil empregos poderão ser gerados em Mato Grosso do Sul se cerca de 10 frigoríficos do Estado, que estão fechados ou com produção reduzidíssima, reabrirem e aumentarem sua produção por conta da medida da União Européia (EU) que decidiu, esta semana, ampliar para todo o Estado, a partir de 1º de julho, a área autorizada para exportar carne bovina ‘in natura’ para os países do bloco econômico. A estimativa é de Rinaldo Salomão, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins de Campo Grande e região – STIAACG. “Hoje temos frigoríficos fechados ou com produção de carne reduzidíssima em cidades como Dourados (e região), Ponta Porã, Corumbá, Caarapó, Amambay, Iguatemi, Nioaque e Porto Murtinho”, afirma o sindicalista, que pede um empenho maior dos governos com os empresários, para que a reabertura e o fortalecimento dessas unidades de abates e exportação, sejam readequadas para atender o mercado externo. A boa notícia da ampliação de municípios do Estado, aptos para exportar para a comunidade europeia foi divulgada pelo Ministério da Agricultura e Abastecimento (Mapa). A União Europeia levou em consideração o cumprimento de compromissos assumidos em 2015 pelo governo de Mato Grosso do Sul com o Mapa e pela parceria com os produtores. “Não temos dúvida de que essa nova condição comercial vai permitir o retorno de centenas de profissionais da indústria frigorífica ao mercado de trabalho. Calculamos que o número pode girar em torno de 20 mil”, afirma Rinaldo Salomão. “Com esses profissionais, Mato Grosso do Sul pode voltar a se destacar na exportação de carne in natura ou semi industrializada para o mercado europeu. O sindicalista lembrou que MS é o maior produtor de rebanho de corte do País, com mais de 20 milhões de cabeças de gado. Entretanto, a indústria não tem correspondido com a grandiosidade desses números. “Estamos exportando muito pouco. Precisamos não apenas recuperar os números de exportação de antes, bem como aumentarmos ainda mais para gerar emprego e renda para o Estado, aquecendo a economia da região”, afirmou. A área autorizada pela UE compreende os municípios de Corumbá e Ladário, bem como a região localizada a 15 quilômetros das fronteiras externas nos municípios de Porto Murtinho, Caracol, Bela Vista, Antônio João, Ponta Porã, Aral Moreira, Coronel Sapucaia, Paranhos, Sete Quedas, Japorã e Mundo Novo. A União Europeia é um bloco econômico, político e social de 28 países europeus que participam de um projeto de integração política e econômica. Os países integrantes são: Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Chipre, Croácia, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Países Baixos (Holanda), Polônia, Portugal, Reino Unido, República Tcheca, Romênia e Suécia. GADO PARAGUAIO – O presidente do STIAACG disse também que o governo brasileiro, que subsidia a imunização de gado paraguaio, na região de fronteira com o Brasil, deveria ter uma contrapartida na aquisição de animais desse país para abate e comercialização pelo Brasil. “Nós financiamos inclusive a vacinação contra a febre aftosa e disponibilizamos técnicos para esse trabalho e não ganhamos nada em troca. Deveria se estudar uma forma de facilitar a compra de gado em pé para abate no Brasil e não deixarmos que o abate ocorra lá e entre no nosso país como mercadoria de exportação”, criticou Rinaldo. (Colaborou o jornalista Wilson Aquino de Campo Grande)