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Índio é morto e 6 ficam feridos em conflito no sul de MS, afirma Funai

15 JUN 2016 • POR G1 • 07h30
[caption id="attachment_518202" align="alignleft" width="300"] Representantes indígenas afirmam que índios foram atacados. Foto: Divulgação[/caption] O agente de saúde indígena Claudione Rodrigues Souza, de 26 anos, morreu e outros seis índios ficaram feridos, entre eles uma criança, durante confronto com produtores rurais nesta terça-feira (14), em uma fazenda de Caarapó, região sul de Mato Grosso do Sul. A Fundação Nacional do Índio (Funai) informou que a área está na Terra Indígena Dourados-Amambaipeguá. Conforme o órgão, ela é tradicionalmente ocupada e está em estudo para regularização fundiária. Em nota publicada no Facebook, a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) afirmou que homens armados chegaram em 60 camionetes e atiraram em cerca de mil indígenas, incluindo quatro agentes de saúde indígena, que estavam reunidos no território perto da aldeia Te' Ýikuê. A Funai também afirma que os índios foram atacados. O comandante da Polícia Militar (PM) do município, tenente-coronel Carlos Silva, informou que a fazenda foi ocupada por indígenas na segunda-feira (13) e que houve confronto entre o grupo e produtores rurais. Os bombeiros foram chamados e pediram apoio da PM para ir até o local, mas os militares acabaram rendidos pelos indígenas por duas horas após o pneu da viatura furar. Eles tiveram as armas de fogo e coletes tomados, a viatura queimada e três sofreram ferimentos leves.   A PM e a Polícia Federal negociaram durante toda a tarde para a devolução de três armas que estavam com os policiais quando foram feitos reféns. Mas a negociação não avançou e a PF encerrou as tratativas por questão de segurança. Ainda segundo o tenente-coronel, a equipe foi recebida a tiros e há suspeita de que índios paraguaios estejam entre os indígenas brasileiros. Até o momento, não há informações sobre as circunstâncias da morte do indígena, que atuava como agente de saúde na aldeia. Em nota, a Associação dos Subtenentes e Sargentos Policiais e Bombeiros Militares de Mato Grosso do Sul (ABSSMS), seccional Dourados, repudiou "as ações de extrema violência contra a integridade física de policiais militares". O Capital do Pantanal entrou em contato com a Delegacia de Polícia Civil do município, que fica a 264 quilômetros de Campo Grande, mas recebeu informação de que o delegado titular estava em diligências. O sindicato rural do município informou que o presidente da entidade foi para a região do conflito em busca de mais informações e a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul) também apura o que aconteceu. O prefeito do município Mário Valério (PR) disse que quatro dos feridos foram transferidos para o hospital de Dourados por conta da gravidade dos ferimentos e há informações de mais feridos na aldeia, mas os policiais e bombeiros não conseguem entrar no local. A situação é crítica, estamos reunidos com Polícia Federal, Polícia Civil, Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal e Departamento de Operações de Fronteira e prefeitura está dando assistência na cidade, mobilizando viaturas e médicos para socorrer e transportar os feridos", afirmou. Outras mortes Em agosto de 2015, cerca de 80 indígenas ocuparam cinco fazendas vizinhas à aldeia em Antônio João (MS). Durante retomada feita por fazendeiros, os dois grupos entraram em confronto e um indígena foi encontrado morto perto de um córrego, dentro de uma das fazendas. Em maio de 2013, confronto entre indígenas e policiais durante a reintegração de posse de uma fazenda ocupada em Sidrolândia, a 70 quilômetros de Campo Grande, deixou um índio morto e vários outros feridos.