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ONGs usam alta tecnologia para salvar as cabeceiras dos rios do Pantanal

14 JUN 2016 • POR Redação • 12h14
[caption id="attachment_518143" align="aligncenter" width="930"] Assinatura de convenios da Plataforma Geopantanal. Foto: Divulgação/IHP[/caption] Organizações não governamentais (ONGs) passaram a usar ferramentas de última geração para acompanhar por meio da web o avanço da degradação ambiental e propor ações imediatas para garantir a conservação de regiões de extrema sensibilidade, como o Pantanal. Por iniciativa do Instituto Homem Pantaneiro (IHP), o monitoramento da bacia do Rio Paraguai, hoje ameaçada pela soja, conta com a ajuda da alta tecnologia. Lançado em 2012 pelo IHP, o projeto Cabeceiras do Pantanal inovou em iniciativas de conservação ambiental ao incorporar uma série de soluções tecnológicas desenvolvidas pela AgroTools, maior empresa de big data do País e líder mundial no processo de geomonitoramento de riscos de ativos biológicos. O projeto iniciado no norte (Mato Grosso) da bacia do Alto Paraguai, hoje integra todo o sistema hidrográfico do Pantanal. A grande novidade anunciada pelo IHP, cuja sede fica em Corumbá, foi a disponibilização de duas plataformas públicas - um site, o Geopantanal, e o aplicativo GeoBrother. Trata-se de um banco de dados sobre a bacia, utilizando imagens de satélites, de extrema relevância para a pesquisa e órgãos de fiscalização, e um dispositivo para Android e iOS com a função de registrar crimes ambientais em tempo real.   [caption id="attachment_518142" align="alignleft" width="300"] Degradação das nascentes do Rio Paraguai, em Mato Grosso. Foto: Google[/caption] Sustentabilidade O aplicativo para celular será distribuído às lideranças ou organizações ambientais previamente cadastradas, denominados guardiães, com a tarefa de registrar com fotografias as nascentes de sua área de atuação. Essas imagens serão inseridas na plataforma GeoPantanal, gerenciada pelo IHP, ajudando a ampliar as informações existentes e facilitando no monitoramento e controle ambiental. “A soma de esforços entre os nossos parceiros, assegurará o crescimento contínuo do agronegócio, sem que se abra mão da lucratividade e, ao mesmo tempo, da biodiversidade”, afirma Ângelo Rabelo, presidente do IHP. “Isso é fundamental, afinal, 70% dos alimentos que consumimos dependem da biodiversidade, para a qual, muitas vezes, o ser humano dá as costas, desprezando-a, sem pensar no futuro.” A implantação do GeoPantanal (geopantanal.agrotools.com.br) e do GeoBrother tornaram-se possíveis através do convênio técnico-científico entre o IHP e a AgroTools.  Por meio da tecnologia geoweb, proprietária da AgroTools, o projeto ampliou o seu alcance para toda a bacia e atuando, ainda, como ferramenta do programa de monitoramento da Rede de Proteção e Conservação da Serra do Amolar - RPCSA.   [caption id="attachment_518141" align="alignleft" width="300"] Visão aérea da degradação nas margens do Rio Miranda. Foto: IHP[/caption] Rede de preservação De 2015 para cá, essa plataforma passou a armazenar os dados no Projeto Cabeceiras, por meio da coleta de informações territoriais que permitam a ação nos pontos mais críticos das nascentes dos rios do Pantanal. A plataforma é geocolaborativa, pois reunirá informações de diferentes modos e estará disponível para pesquisadores, gestores, técnicos ambientais e todos os interessados na preservação da região. O projeto Cabeceiras do Pantanal passa a contar, além da participação da Agro Tools, da Rede Amolar, Fundação Neotrópica, Fundação Ecotrópica, Rede Mato-grossense de Televisão (RMT), Universidade Federal de Mato Grosso do Sul/Campus Pantanal (UFMS/CPAN), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto Arara Azul e SOS Pantanal. Os novos parceiros do IHP – os convênios foram assinados esta semana em Campo Grande com a presença do deputado Paulo Correa - vão desempenhar uma tarefa fundamental nesse processo. A participação da Fundação Neotrópica, por exemplo, amplia a área de monitoramento para outras bacias, como as dos rios Bonito, da Prata, Formoso, Perdido e Aquidabã; com a Ecotrópica, para as nascentes do Rio Paraguai. Para Nicholas Kaminski, biólogo da área técnica da Fundação Neotrópica do Brasil, a plataforma GeoPantanal possibilitará, principalmente, na divulgação dos problemas enfrentados pela planície pantaneira e no seu entorno. “Ela colabora na conscientização da sociedade e na cobrança de auxílio das autoridades, na busca da prevenção ambientais desses locais identificados pela ação integrada”, justifica.