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Vice-governadora, Pré-candidata do PSDB à Prefeitura da capital escapa de relatório da Coffee Break

1 JUN 2016 • POR Redação • 05h13
A vice-governadora e pré-candidata à Prefeitura de Campo Grande pelo PSDB, Rose Modesto, não consta no relatório final do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) entregue ao TJ nesta terça-feira (31). Entretanto, de acordo com o procurador-geral do MPE (Ministério Público Estadual), Paulo Cezar dos Passos, que respondeu perguntas na coletiva de imprensa marcada para anunciar detalhes da denúncia oferecida, parte do processo foi desmembrado ou por não haver elementos suficientes para a denúncia ou por terem foro privilegiado. assos não confirmou se a vice-governadora faz parte do rol de investigados que foram encaminhados para acareação em instâncias superiores. Entretanto, Rose Modesto é uma das personagens que é citada na primeira fase da operação. Na época vereadora, Modesto foi autora de um dos 23 votos que cassou o mandato do prefeito Alcides Bernal (PP), assim como o deputado federal Elizeu Dionízio 9PSDB), que também era vereador e votou pela cassação. Do mesmo partido, consta na denúncia apenas o atual presidente da Câmara dos Vereadores, João Rocha. Rose prestou depoimento ao Gaeco em setembro de 2015, na condição de testemunha. Na oitiva, que aconteceu na sede da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) devido à prerrogativa de ser, na época, secretária de uma pasta (Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho - Sedhast), a vice-governadora esclareceu fatos sobre a cassação do prefeito da Capital. Rose explicou que votou pela cassação com base nos pareceres técnicos do MPE (Ministério Público Estadual), bem como do TCE (Tribunal de Contas do Estado) que reprovaram as finanças do chefe do Executivo, caracterizando improbidade administrativa. Gravações À imprensa, Rose também recordou que inclusive participou da campanha de Bernal durante o segundo turno das eleições de 2012. Todavia, grampos telefônicos autorizados pela justiça resultantes das investigações da operação ADNA, que apurou a utilização de cheques em branco e esquema de agiotagem em troca de vantagens na Prefeitura, sugerem que a vice-governadora mantinha forte relação com o vice-prefeito afastado, Gilmar Olarte. Um dos arquivos de áudio divulgados registra uma ligação de Rose para Olarte, ocorrida em 2014. Ele atende a chamada e ela pergunta: "quem é a morena mais bonita de Campo Grande?".   Em outro arquivo de áudio também da operação ADNA, o diálogo entre duas ex-servidoras da Câmara dos Vereadores, Anny Cristina Silva Nascimento e Marly Débora, captada dias antes da cassação de Bernal, revela que Rose, então vereadora, era peça certa para ser a titular da Semed (Secretaria Municipal de Educação) tão logo Olarte assumisse a Prefeitura. Ela também receberia cerca de R$ 7 milhões, conforme traz a gravação. Rose não foi confirmada na Semed, mas quem assumiu o posto foi Ângela Maria Brito, também do PSDB, por sugestão de Modesto.   Mais um arquivo também traz Rose, ainda vereadora, negociando pagamentos a um fornecedor da Semed, mesmo sendo ela membro do legislativo. No áudio, ela avisa que está na companhia de 'Edinho', forma como Modesto refere-se a Edson Godoy, um dos braços direitos de Olarte, de quem também foi ex-superintendente de Comunicação Social e secretário adjunto da Sedesc (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Turismo, Ciência e Tecnologia e Agronegócio).   Vale repetir, contudo, que durante a coletiva de imprensa desta terça-feira, o procurador-geral do MPE preferiu não confirmar se a vice-governadora foi beneficiada pelo foro privilegiado, no caso, as instâncias superiores do Tribunal de Justiça, ou se as provas reunidas são insuficientes e a vice-governadora passou, portanto, ilesa pela Coffee Break.