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Prejuízo de noite de terror passa dos R$ 130 mil e abala motoristas

14 ABR 2016 • POR Correio do Estado • 11h31
[caption id="attachment_515056" align="alignleft" width="400"] Um dos ônibus foi queimado no Campo Nobre. Foto: Bruno Henrique/Correio do Estado[/caption] A noite de atentados em Campo Grande que teve saldo de dois ônibus queimados e um apedrejado rendeu prejuízo de mais de R$ 130 mil ao Consórcio Guaicurus, que administra o transporte público da Capital. A suspeita da polícia é que bandidos tenham agido a mando de detentos, revoltados com treinamento de agentes penitenciários. Diretor do Consórcio, João Rezende afirma que um dos ônibus queimados, no bairro Aero Rancho, era da Viação Cidade Morena. O ônibus foi fabricado no ano de 2006 e o prejuízo calculado é de R$ 130 mil, tendo em vista que o veículo foi totalmente destruído. No bairro São Conrado, um ônibus da viação Jaguar foi apedrejado e teve as janelas destruídas. Neste caso, o consórcio estima prejuízo de R$ 2 mil. O terceiro ônibus alvo dos bandidos era de uma igreja, e também ficou destruído. De acordo com Rezende, mais do que a baixa financeira, a ação dos bandidos gerou impactos psicológicos em motoristas que trabalham em Campo Grande. “Ontem mesmo os motoristas nos procuraram e estão bem assustados com tudo que aconteceu. Toda a categoria está inquieta e estamos pedindo reunião com a Polícia Militar e o prefeito, para acompanhar as ações e a prevenção que o caso requer”, completa Rezende. Ainda conforme o consórcio, o ônibus destruído não será motivo de problemas na circulação de linhas no bairro Aero Rancho porque veículo reserva já foi colocado no lugar. TERROR De acordo com informações do Batalhão de Choque, cinco pessoas foram presas, apontadas de envolvimento nos incêndios. Uma adolescente de 13 anos, um menino de 15 anos, e outro garoto de 17. Os maiores de idade tratam-se de Jeferson Reicarda de Oliveira, 21 anos, e Adrian Pierre Vieira Romeiro, 18. O grupo foi capturado nas imediações do Bairro São Conrado, onde o último ataque ocorreu. Na ocasião, Jean Pierre de Barros Romeiro , 38 anos, pai de Adrian, também foi preso por ter sido encontrado na casa dele pouco mais de um quilo de maconha, caracterizando envolvimento em tráfico de drogas. Os incêndio teria tido a participação de uma sexta pessoa que ainda não foi encontrada, segundo a polícia. Ainda conforme a polícia, a série de ataques começou por volta das 23h30min, na Rua Expedicionário Alcindo Chagas, no Aero Rancho. No local, Adrian e um dos adolescentes se aproximaram de um ônibus de transporte coletivo, em uma Twister, e arremessaram uma garrafa pet com gasolina, em seguida atearam fogo. No veículo havia poucos passageiros por causa horário e todos conseguiram sair sem ferimentos. Em seguida, a dupla seguiu para a Rua Hafan Felicio, no Campo Nobre, onde queimaram o ônibus de uma igreja. O fogo, inclusive, danificou parte da rede elétrica do bairro. O terceiro ataque ocorreu no cruzamento entre a Rua Internacional e General Angelo Cunha, no São Conrado. Nesta ação criminosa, os incendiários jogaram gasolina no corpo do motorista de transporte público e disseram: ''Hoje você vai morrer''. A vítima conseguiu acelerar e fugir e os criminosos acabaram apedrejando o veículo. Enquanto dois ocupantes da moto ateavam o fogo, os outros apontados de participação, seguiam em um carro, logo atrás, incentivando as ações, de acordo com a polícia. Os crimes praticados pelos integrantes do grupo foram: tráfico de drogas, associação criminosa, receptação - já que a moto que usaram era furtada, dano ao patrimônio e incêndio criminoso. Além disso, segundo a polícia, Adrian tinha relacionamento com a adolescente de 13 anos e pode responder por estupro de vulnerável. Os presos alegaram que agiram a mando de presidiários em represália a ações de enfrentamento que são desenvolvidas pelo sistema penitenciário do Estado.