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Incertezas na Saúde da capital

8 ABR 2016 • POR Redação • 14h53
Precarização do atendimento público e da relação do trabalho, com maior rotatividade e número de acidentes; ocorrências de assédio moral e facilitação para a corrupção. Esses foram alguns pontos negativos apontados pela audiência pública que discutiu a privatização da Saúde, na manhã desta quarta-feira (6), no Plenário Oliva Enciso da Câmara Municipal de Campo Grande. O vereador e médico Dr. Eduardo Cury (Partido Solidariedade) declarou o seu apoio aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), enfermeiros, médicos e aos demais profissionais da Saúde que lotaram o auditório, posicionando-se contra a implantação das Organizações Sociais de Saúde (OSS). Ao fazer uso da palavra, Dr. Cury lembrou nomes de grandes empresas, inclusive do segmento da construção civil, que foram as primeiras a entrarem na gestão da Saúde em São Paulo e Rio de Janeiro. “Interessante. Como é que, sem fins lucrativos, temos empresas de grande porte entrando na área de gestão da Saúde”. Hospitais de São Paulo também foram citados pelo Dr. Cury, que possuem estruturas maravilhosas, mas com muitos fins lucrativos. Durante o evento, Dr. Cury alertou para as armadilhas que as avaliações de algumas OSS podem representar, pois estas organizações em seu primeiro ano de funcionamento são excelentes. Segundo ele, não podemos ter como referência o funcionamento de alguma OSS que não tenha uma história, sem informações que possam servir para comparações. Dr. Cury lembrou determinados programas que são referências nacionais como o “Brasil Sorridente”. Ele questionou: “Depois de privatizarmos isso, como vai ser o nome? ‘A Cárie Sorridente’? Ou será a ‘Dentadura Sorridente?’”. Após as discussões, por sugestão do Dr. Cury, foram feitos encaminhamentos, como a elaboração de uma carta oficial declarando que a Câmara Municipal não votará legislação em âmbito municipal, que permita a implantação de OSS em Campo Grande. “A conclusão desta Audiência Pública, extremamente legal e válida, é absolutamente contra a implantação das OSS em nossa Capital”.