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Projeto Biomas no Pantanal finaliza plantio de 2.5 mil mudas nativas

26 MAR 2016 • POR Gesiane Medeiros • 13h13
[caption id="attachment_513833" align="aligncenter" width="900"] Uma nova fase de plantio inicia no próximo período de chuvas da região, em novembro. Foto: Gustavo Menezes/Embrapa[/caption] O projeto ambiental que tem por objetivo resgatar, conservar e pesquisar o cultivo das plantas nativas do Pantanal, encerrou na última semana o plantio de 2,5 mil mudas típicas da região, como o jatobá, cumbaru, manduvi e jenipapo. Ao todo são oito espécies nativas segmentadas em quatro experimentos, a primeira fase de replantio iniciou na primeira semana de janeiro e terminou na penúltima de março, agora os esforços são voltadas para o acompanhamento de atividades como a adubação, o crescimento e a sobrevivência das mudas. Segundo a pesquisadora da Embrapa Pantanal, Catia Urbanetz, coordenadora regional, os replantios fazem parte dos estudos realizados pelo projeto, que também avaliam a adaptabilidade de espécies inéditas na região. “Medindo a sobrevivência das espécies, a gente pode recomendar com mais segurança aquelas que realmente podem ser plantadas dependendo das condições do local", diz. "A gente atingiu cerca de 85% das ações de plantio previstas pelos projetos atualmente financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Três deles já estão com os plantios 100% finalizados. Agora é preciso concluir as etapas previstas de acompanhamento dos experimentos", ressalta Catia. [caption id="attachment_513834" align="alignleft" width="243"] Após a fase do plantio, os esforços se concentram em avaliar a adaptabilidade das mudas a região. Foto: Gustavo Menezes/Embrapa Gustavo Menezes/Embrapa[/caption] A pesquisa fundamental para o entendimento da vegetação do Pantanal, avalia e acompanha diversos fatores através de sete experimentos, como: taxas de crescimento e sobrevivência das plantas, condições de adubação, podas de condução ideais das mudas, plantio de mudas versus plantio de sementes, recomendação de espécies adequadas para o plantio, além dos índices econômicos para avaliar a viabilidade econômica de cada modelo proposto. O replantio é utilizado para substituir mudas que morreram ou não tiveram adaptação adequada as condições climáticas e territoriais da região. O projeto Biomas no Pantanal será desenvolvido até o ano de 2019, e a nova fase de plantio deve ser realizada no próximo período de chuva, provavelmente em novembro deste ano. Catia afirma que ainda se tem muitos dados para serem coletados, analisados e transformados em informação, "plantios como esses nunca haviam sido feitos aqui, vamos continuar aprendendo", destaca a coordenadora. Mais informações sobre os experimentos que passaram pelo replantio Escape da herbivoria bovina: mudas de manduvi, cumbaru, jatobá e piúva serão plantadas por três anos, até 2017. Ao final do quarto ano, a área do plantio irá receber rebanhos bovinos. Os pesquisadores vão investigar o período de tempo pelo qual as plantas precisam ser isoladas do gado para que este não se alimente delas. Espécies nativas associadas: 16 espécies foram plantadas juntas para atender a diferentes demandas das propriedades pantaneiras. O experimento possui árvores frutíferas, madeireiras, produtoras de lenha e espécies que deverão auxiliar na recuperação do ambiente. O desenvolvimento das plantas será monitorado para gerar recomendações de plantio. Bactérias promotoras de crescimento: mudas de cumbaru foram substituídas pelas de louro preto no experimento que investiga a ação de bactérias que promovem o crescimento. Estudando mudas inoculadas e não inoculadas, os pesquisadores irão avaliar a interferência das bactérias na mortalidade e desenvolvimento das plantas. Desenvolvimento da piúva e do angico: o experimento avalia as condições favoráveis ao desenvolvimento das espécies. As mudas foram plantadas em diferentes condições de adubação, assim como graus de umidade variados. A equipe também analisa o potencial ambiental e silvicultural dessas espécies em solos como os do Pantanal – que, em geral, são arenosos, com baixa fertilidade.   Contribuição Nicoli Dichoff/Embrapa Pantanal