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Polícia prende em MS 4ª suspeita de envolvimento em tortura de menino

1 MAR 2016 • POR G1 • 15h05
Avó adotiva do menino de 4 anos torturado em rituais de magia negra em Campo Grande foi presa nesta manhã de terça-feira (1º) por policiais civis em Aquidauana. A informação foi confirmada ao G1 pelo delegado Antônio Souza Ribas Junior, responsável pela 1ª Delegacia de Polícia Civil do município. "Ela estava na casa dela e não ofereceu resistência. Quando foi informada do mandado de prisão, se entregou", afirmou Ribas. A mulher de 60 anos é mãe da suspeita presa e prestou depoimento no começo das investigações. Ela negou que soubesse das agressões e tortura durante rituais de magia negra, segundo Paulo Sérgio Lauretto, titular da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca). Ainda conforme o delegado Ribas, policiais da Depca estão no município para transferir a mulher para Campo Grande.   Tios-avós O tio-avô, de 46 anos, e a esposa dele, de 31 anos, que tinham a guarda judicial do menino desde maio de 2015, estão presos e confessaram o crime, alegando que agiam sob influência de uma entidade espiritual. Eles também afirmaram que agrediam a criança em situações fora dos rituais de magia negra. Os nomes dos tios-avós não serão divulgados nesta reportagem para garantir os direitos de proteção da criança. O terceiro suspeito é um jovem de 18 anos, sobrinho do casal e primo da vítima. Ele também foi preso em Aquidauana e disse à polícia que assistia às agressões contra o menino.   Alta médica O menino deve receber alta até o próximo domingo (6), segundo informou ao G1, a assessoria de imprensa da Santa Casa de Campo Grande. Após a alta médica, ele voltará para uma instituição de acolhimento, de acordo com a conselheira tutelar Cassandra Szuberski. A criança foi internada no hospital no dia 23 de fevereiro, com diversos ferimentos, entre queimaduras no rosto, fratura em um dos braços, ferimentos nos olhos e saco escrotal.   Investigação Além dos três presos, foram ouvidos a avó materna adotiva - mãe da suspeita -, as duas filhas biológicas do casal suspeito e a vítima. As filhas do casal afirmaram para a polícia que o menino era "super apegado"com a suspeita, mãe delas. Lauretto disse que o menino "estava muito traumatizado, assustado e sob efeito de medicamento" quando foi ouvido por psicólogos no hospital, por isso, não foi considerado depoimento.