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Sindicalistas de MS criticam Mínimo de R$ 880 já em vigor

2 JAN 2016 • POR Redação • 08h54
O novo salário mínimo, de R$ 880 passa a vigorar a partir de hoje. São R$ 92 a mais do que o valor anterior de R$ 788. O reajuste de 11,6% cobre as perdas para a inflação no acumulado dos últimos 12 meses, mas está longe do ideal para o qual foi criado em 1936: proporcionar a remuneração mínima devida ao trabalhador, para satisfazer suas necessidades de alimentação, vestuário, habitação, higiene e transporte. O ideal, na opinião de sindicalistas de Mato Grosso do Sul, seria um mínimo em torno de R$ 3 mil, como apontam os estudos do Dieese. “Precisamos fazer essas duas análises sobre o salário mínimo. Uma coisa é a realidade da economia brasileira, que permite, com um baita impacto nas contas públicas em 2016, em torno de R$ 30,2 bilhões e outra, que aponta para um mínimo ideal para proporcionar dignidade ao trabalhador, que seria em torno de R$ 3 mil”, afirma Idelmar da Mota Lima, coordenador da Força Sindical Regional Mato Grosso do Sul e presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Campo Grande-SECG. Pedro Lima, presidente da Federação dos Empregados no Comércio e Serviços de Mato Grosso do Sul – Fetracom/MS e presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Dourados – Secod, também tem a mesma visão, de que o Brasil precisa, de uma vez por todas, avançar economicamente e tornar uma potência e pagar melhor a classe trabalhadora. “Se analisarmos esse novo valor do mínimo, de R$ 880, concluiremos que ele não cobre o mínimo necessário para a sobrevivência de uma família. Está muito longe do ideal. Concordo com os estudos do organismos como o Dieese e Diap, que apontam um mínimo ideal superior a R$ 3 mil”, afirma. Lima diz também que reconhece que na atual conjuntura isso não é possível. Mas, bem administrado, o Brasil pode avançar com sua economia e até superar esses números. Ele lembra ao trabalhador que este é um ano eleitoral e que as pessoas precisam se conscientizar melhor sobre a importância que todos temos na escolha dos nossos representantes políticos. “Não podemos nos dar ao luxo de continuarmos errando na escolha de presidentes da república, governadores, senadores, deputados federais, estaduais, prefeitos e vereadores. Precisamos evoluir nas urnas para alijar do processo todo mau político”, afirma. José Lucas da Silva, presidente da Federação Interestadual dos Trabalhadores na Movimentação de Mercadorias de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, também não recebe bem o novo mínimo de R$ 880. Para ele, para a atual conjuntura, repõe as perdas da inflação, mas está muito longe do ideal para proporcionar dignidade ao trabalhador brasileiro. O sindicalista também entende que o ideal seria um valor em torno de R$ 3 mil. Estevão Rocha, presidente do Seaac/MS (Sindicato dos Empregados de Agentes Autônomos do Comércio e Empresas de Assessoramento, Auditoria, Perícias, Informações e Pedsquisas e de Empresas de Serviços Contábeis de Mato Grosso do Sul) afirma que a média dos pisos salariais que fechou no final de 2015 para as diversas categorias profissionais que representa, ficou em torno de R$ 1.000. Para ele, o novo mínimo nacional não cobre as necessidades básicas do trabalhador. Opinião do trabalhador Flávia Daniela de Azevedo, que trabalha em Campo Grande, elogiou a reposição de R$ 92 sobre seu salário mínimo, mas, ao mesmo tempo, criticou o valor de R$ 880. “Minha mãe, que é aposentada, precisa me ajudar todo mês com algum dinheiro para ajudar nas despesas. Caso contrário, não consigo sequer alimentar bem meus filhos”. Fernando Medeiros de Lima, ajudante geral, que ganha salário mínimo também se queixa de sua remuneração mensal que mal dá para pagar o aluguél e as despesas de alimentação, água, energia e transporte. “Nosso Brasil é rico e não entendo como o salário mínimo é tão baixo. Aqui temos tudo: áreas, clima, gente que trabalha, reservas minerais e de petróleo e muitas outras riquezas e não conseguimos deslanchar, crescer. Acho que isso acontece porque nunca tivemos um governo competente”, afirma. Maria Alice Feitosa, que ganha um pouco mais que um salário mínimo, também critica o governo pela situação crítica do país. “Outras nações investiram pesado em educação e hoje são uma potência. Nós não”!” critica. Para ela, “a família que consegue sobreviver com um salário mínimo, deveria entrar para o livro dos recordes, pois  é mesmo uma façanha. Algo que não é para qualquer um. E isso é lamentável! Triste realmente!” afirma.