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Natureza

Pesquisa inédita do IHP vai estimar população de onças-pintadas na Serra do Amolar

16 dezembro 2025 - 13h13Assessoria, IHP

Um trabalho inédito do IHP, envolvendo monitoramento ambiental e pesquisa, vai aprofundar detalhamento sobre a população de onças-pintadas na região da Serra do Amolar, no município de Corumbá (MS) e estimar a população da espécie nesse território do Pantanal. O projeto foi aprovado dentro do Fundo Luz Alliance, gerido pela BrazilFoundation, e está alinhado à convocação da Década da Restauração dos Ecossistemas pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Para o projeto Luz Alliance no Pantanal ser desenvolvido houve a aquisição de 40 armadilhas fotográficas a partir de uma parceria com a LogNature. A estratégia é desenvolver o projeto em duas etapas: uma ligada ao grid de câmeras e a outra com trabalho direto com as comunidades.

A partir da coleta de dados ecológicos, o intuito é garantir que sejam obtidos informações científicas que permitam identificar indivíduos da maior espécie de felinos da América, entender comportamentos, permitir que analistas do IHP consigam realizar o monitoramento ambiental de forma contínua, com deslocamentos de mais de 400 km pelo rio Paraguai. É previsto que mais de 120 mil imagens de fauna devem ser geradas, catalogadas com o apoio de Inteligência Artificial (IA) e analisadas pela equipe técnica do Instituto.

Já com a outra etapa, na geração de informações sociais, um outro componente do projeto vai ser desenvolvido para apoiar ações com as comunidades. Nesse caso, vão ser levados em consideração também as percepções locais com relação às onças-pintadas.

O coordenador técnico do núcleo de Biodiversidade e Mudanças Climáticas do IHP, Wener Hugo Moreno, detalha que o projeto prevê gerar diferentes resultados positivos para as comunidades e a conservação.

O projeto terá duas etapas: uma ligada ao grid de câmeras e a outra com trabalho direto com as comunidades. Foto: Divulgação/IHP

“Esse projeto é fundamental para permitir que a gente tenha um grande grid de cameras traps na Serra do Amolar. Com esses equipamentos, conseguimos registrar a presença dos animais e, a partir disso, desenvolver uma série de pesquisas. Nessa etapa, queremos estimar a abundância e densidade desse animal no território da Serra do Amolar, que forma um grande corredor de biodiversidade dentro do Pantanal. Vamos também ter um desdobramento para entender e contribuir com a coexistência dessa espécie e pessoas que habitam a região. Serão frentes diferentes que iremos conduzir nesse projeto, mas que vão se complementar para trazer resultado positivo na conservação e para o bem-estar comunitário”, explica Wener.

A onça-pintada é uma espécie guarda-chuva para esforços de conservação, também é o símbolo nacional da conservação da Biodiversidade. Nessa pesquisa serão empregadas técnicas de monitoramento populacional e coexistência humano-onça.

Com o desenvolvimento do projeto, a equipe técnica terá condições de desenvolver e implementar estratégias para favorecer comunidades da região do Alto Pantanal, principalmente por garantir informações que podem ajudar a reduzir a predação de animais domésticos e mitigar os conflitos com onças. A proposta envolve também permitir que sejam desenvolvidas ações que reduzam a tensão entre comunidades e a espécie. Estarão envolvidos na execução desse projeto biólogos, médicos-veterinários, brigadistas ambientais, assistente social, auxiliares de reserva e piloteiros que atuam pelo IHP.

A catalogação de dados científicos e as análises a serem desenvolvidas também vão poder subsidiar trabalhos que favoreçam uma estratégia de PSA (Pagamento por Serviços Ambientais) para a geração futura de créditos de biodiversidade no projeto Jaguar Stewardship in the Pantanal Conservation Network. Essa medida permite a continuidade de atividades de monitoramento e conservação da onça-pintada, bem como no fomento para atuar em parceria com comunidades. O projeto vai ter início em 2026 e deve ter uma duração de até 12 meses.

O projeto Luz Alliance no Pantanal também poderá dialogar, futuramente, com esforços da política pública nacional de conservação da onça-pintada. Os resultados científicos gerados vão poder subsidiar materiais do Plano de Ação Nacional dos Grandes Felinos (PAN da Onça-Pintada), do Centro de Pesquisa, Manejo e Conservação de espécies de mamíferos carnívoros (Cenap), vinculado ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O IHP é uma das instituições que integra esse trabalho, que está em etapa de construção para o ciclo 2025-2030

Fundo Luz Alliance

O Fundo Luz Alliance foi fundado em 2020 pela Luz Foundation, em parceria com a BrazilFoundation, para fornecer ajuda humanitária a famílias que sofreram os impactos gerados pela crise causada pela pandemia no território brasileiro. A partir de 2021, o Fundo também passou a contemplar projetos de proteção e regeneração do meio ambiente.

A BrazilFoundation é responsável por mapear e recomendar projetos e instituições que tenham o perfil para receber o apoio, além de realizar o processo de due diligence destas organizações.

Sobre a BrazilFoundation

A instituição foi fundada em 2000 por Leona Forman, jornalista que atuou na ONU por mais de duas décadas. Ela criou a BrazilFoundation para conectar a filantropia internacional a iniciativas sociais de base no Brasil. Ao longo desses 25 anos de história, a organização investiu mais de US$ 57 milhões em 1.050 organizações distribuídas por 300 cidades, incluindo o Pantanal. Com esse trabalho, a entidade contribuiu para o fortalecimento de projetos sociais e para a ampliação de seu alcance territorial.

A BrazilFoundation é uma importante parceira do IHP no trabalho de conservação do Pantanal ao longo de anos e, em 2025, concedeu ao Instituto o Prêmio 25 Anos de Impacto Social.

Sobre o IHP

O Instituto Homem Pantaneiro (IHP) é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos. Fundado em 2002, em Corumbá (MS), atua na conservação e restauração do Pantanal e para a valorização da cultura pantaneira.

Entre as atividades desenvolvidas pela instituição destacam-se a gestão de áreas protegidas, o desenvolvimento e apoio a pesquisas científicas e a promoção de diálogo entre os atores com interesse na área.

As ações prioritárias do IHP são feitas nos pilares para proteção da biodiversidade, mitigação das mudanças climáticas e atuação conjunta com comunidades tradicionais e de povos originários para apoiar o desenvolvimento sustentável. O IHP também integra o Observatório Pantanal, o Observatório Rodovias Seguras, o GT de Coexistência Humano-Onça, os PANs Ariranha e Onça-pintada, além do Comitê Estadual do Fogo em Mato Grosso do Sul. Saiba mais em https://institutohomempantaneiro.org.br/

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