Com a intensificação do frio em Mato Grosso do Sul, o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS), vinculado ao Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), adotou uma série de medidas para proteger os animais em reabilitação. As adaptações estruturais e térmicas visam assegurar conforto e segurança às espécies acolhidas, principalmente filhotes e indivíduos mais sensíveis às baixas temperaturas.
Durante o outono e o inverno no estado, especialmente entre os meses de maio e agosto, os termômetros frequentemente registram mínimas próximas de 0°C, com geadas e neblina em diversas regiões. Essas condições extremas impactam diretamente a fauna silvestre, tornando necessária uma resposta técnica e rápida para evitar o agravamento do estado clínico dos animais resgatados.
No CRAS, a chegada do frio aciona um protocolo especial. Entre as ações executadas, destacam-se a instalação de lonas protetoras contra o vento nos recintos e a colocação de aquecedores em unidades específicas. Animais em estado mais crítico, como filhotes ou em tratamento hospitalar, contam com aquecedores a óleo que garantem uma temperatura constante e adequada durante as madrugadas mais geladas.
“A queda de temperatura pode causar estresse térmico em muitas espécies, especialmente nos animais mais jovens ou debilitados. Por isso, fazemos o monitoramento constante e adotamos medidas imediatas de aquecimento e proteção sempre que necessário”, explica Jordana Toqueto, médica-veterinária responsável pelos atendimentos clínicos no CRAS.
Os ambientes são planejados de forma a simular, dentro do possível, as condições naturais de cada espécie, respeitando suas características fisiológicas e comportamentais. O cuidado técnico é parte da rotina diária, e as ações são revisadas constantemente para garantir a máxima eficácia no processo de reabilitação.

Além das adaptações térmicas, o CRAS conta com uma das infraestruturas mais modernas do país dedicadas à fauna silvestre. O Hospital Veterinário do CRAS possui mais de 1.150 metros quadrados de área construída, com ambulatórios, clínicas e dois laboratórios de patologia clínica — equipamentos essenciais para diagnósticos precisos e tratamentos eficazes.
A alimentação dos animais é outro ponto de atenção. Há uma cozinha específica para a preparação de dietas especiais, respeitando rigorosos critérios sanitários e nutricionais. Os recintos dos répteis e mamíferos dispõem de áreas externas (solários), que permitem exposição controlada ao sol, contribuindo para a saúde comportamental e fisiológica dos animais.
“As adaptações são planejadas com base em critérios técnicos, respeitando o bem-estar animal em todas as fases da recuperação. Nosso objetivo é oferecer conforto e condições adequadas para que esses animais se recuperem plenamente e possam, sempre que possível, retornar à natureza”, afirma Aline Duarte, gestora do CRAS.
As dependências administrativas também passaram por melhorias e foram completamente mobiliadas, garantindo melhores condições de trabalho às equipes técnicas, o que impacta positivamente no manejo e nos cuidados diários com os animais.
As ações reforçam o compromisso do Imasul com a conservação da fauna silvestre e com a aplicação das melhores práticas de manejo, especialmente em períodos críticos como o inverno. O trabalho desenvolvido pelo CRAS é referência no Brasil e representa um elo fundamental entre o resgate, o tratamento e a reintrodução de animais silvestres ao meio ambiente.
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