Delegados, investigadores da Polícia Civil e policiais militares enfrentam há aproximadamente um mês problemas para registrar ocorrências e, principalmente, trabalhar nas investigações. O motivo é falta de acordo entre a empresa Compnet, dona do sistema Sistema Integrado de Gestão Operacional (Sigo), e o Governo do Estado.
Utilizado pelas forças de segurança de Mato Grosso do Sul desde 2005, o software é o banco de dados onde são registradas todas as ocorrências policiais tanto nas delegacias quanto aquelas feitas por policiais militares durante os trabalhos na rua. É também onde os antecedentes criminais de qualquer pessoa que vive no Estado podem ser consultados.
Há cerca de um mês o sistema começou a apresentar as primeiras falhas entre elas impedimento de consulta de boletins de ocorrência pela imprensa, restrição da consulta de antecedentes criminais por policiais e até registro de boletins pela Delegacia Virtual.
Diante dos problemas, há duas semanas, o Portal Correio do Estado chegou a consultar a assessoria de imprensa da Polícia Civil e da Secretaria de Justiça e Segurança Pública, que informaram que tudo não passava de instabilidade temporária.
No entanto, agora a justificativa mudou. Segundo a Sejusp, trata-se mesmo de desacordo em relação à renovação do contrato entre o Governo do Estado e a Compnet. O que motiva a dificuldade em renovar o contrato, segundo o Governo, são várias tratativas para que o sistema se torne mais amplo e completo. No entanto, nos bastidores da Polícia Civil o motivo é outro: falta de acordo sobre o valor a ser pago à Compnet.
Delegado-chefe da Comunicação da Polícia Civil, Roberto Gurgel disse ao Portal Correio do Estado que a restrição do Sigo vem causando problemas a investigações. Até pedido de prisão preventiva acaba sendo prejudicado porque investigadores e delegados não conseguem acessar os antecedentes criminais de pessoas que praticam crimes.
Além dos antecedentes, outros critérios são usados para solicitar a prisão, no entanto, sem o histórico criminal do investigado, o pedido "pede força" diante do judiciário.
Ainda segundo o delegado, a situação já foi levada até o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), e a previsão é que o contrato seja fechado até o fim deste mês.