O governador Eduardo Riedel (PSDB) reconheceu, nesta manhã (11), que as queimadas no Pantanal este ano podem repetir a tragédia ambiental vivenciada em 2020. Em entrevista à Globonews, ele apontou que o calor intenso, a baixa umidade do ar e a existência de áreas de difícil acesso trabalham contra as ações de combate ao fogo.
O número de focos foi 50% maior do que 2020 e, apesar disso, nós ainda não chegamos naquele número, mas podemos chegar. Pode ser tão ruim quanto 2020. Nós vamos trabalhar para que não aconteça. E torcer muito para que venham a chuvas”, afirmou o governador.
De acordo com ele, em 2020 foram 3,5 milhões de hectares queimados no bioma. Naquele ano, foram 4.790 focos e em 2024 já são mais de 6,7 mil focos de incêndio em todo o Pantanal.
“A gente está passando de 2,7 milhões de hectares nesse momento. Nas próximas duas ou três semanas ainda teremos uma condição climática muito desfavorável”, considerou.
O governador elogiou o apoio do governo federal, que enviou reforços para ajudar no combate aos focos de incêndio. Ele também ressaltou o papel das forças estaduais, destacando que o aumento da capacidade de combate ao fogo foi essencial para evitar que o cenário deste ano fosse ainda pior.
Riedel apontou que o Pantanal tem a dinâmica de ciclos de seca e cheias, durando cerca de dez anos. Recentemente, a ONG WWF apontou, como um elemento que favoreceu as queimadas em Mato Grosso do Sul, a seca que começa nas cabeceiras do Rio Paraguai, no estado vizinho, fazendo com que reduza o volume de água na parte baixa e impeça o avanço das águas para dentro do Pantanal e a formação de lagoas, que ajudam a manter zonas úmidas.
Quando perguntado sobre as declarações da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que alertou sobre a possível perda do Pantanal até o fim do século, o governador foi cauteloso. Ele acredita que, embora o Pantanal esteja passando por desafios, a afirmação é precipitada. "O bioma ainda tem 84% de sua área preservada. Precisamos continuar os estudos para entender melhor as mudanças climáticas e o impacto no Pantanal", disse.
O governador finalizou a entrevista destacando que o desafio das mudanças climáticas exige uma abordagem ampla e de longo prazo. "Precisamos pensar globalmente, discutindo a matriz energética e a queima de combustíveis fósseis. Aqui no Mato Grosso do Sul, estamos nos preparando para ser um Estado carbono neutro até 2030, mas essa é uma luta que precisa do esforço de todos", concluiu.
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