Já ultrapassavam às 21 horas de ontem (6), quando bancários privados, do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal aceitaram a proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e encerraram a greve que durou 31 dias, a mais longa da história do país. Até então, os bancários haviam paralisado em 2004 por 30 dias.
A categoria não conquistou os ajustes que almejavam e a situação de insatisfação nacional pela demora da greve, pode ter pressionado a decisão final. O acordo ficou fechado em um abono único de R$ 3.500 a ser pago em até 10 dias após a assinatura da Convenção Coletiva do Trabalho (CCT) e reajuste de 8% para salários, pisos salariais, benefícios e para os valore fixos e tetos expressos em reais da Participação nos Lucros e Resultados (PRL).
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A proposta prevê ainda reajuste diferenciado, de 15%, especificamente para os valores do auxílio cesta alimentação e 13ª cesta alimentação e, de 10%, sobre os valores do auxílio refeição e do auxílio-creche/babá.
Em Corumbá, onde todas as agências aderiram ao movimento de paralisação, a atitude da população não poderia ser outra, desde as 6 horas da manhã pessoas já formavam filas nas portas das agências, que só abrem às 10 horas. Grande maioria idosos, maiores prejudicados com a paralisação, já que dependem da ajuda de funcionários do banco para manusear caixas eletrônicos e não conseguem finalizar sozinhos, operações através das centrais de relacionamentos.
Dona Catarina Sanches, pensionista de 72 anos, está com o cartão do benefício vencido e não consegue receber seu salário, que foi liberado no segundo dia útil do mês. Ela precisava da reabertura dos bancos para solicitar um novo cartão, que ainda vai demorar mais alguns dias para chegar em sua residência para enfim poder sacar o salário. “Soube do fim da greve pelo rádio hoje de manha cedo, imediatamente me arrumei e vim logo pra cá”, disse a senhora.
Senhor Aquiles Santana, foi o primeiro a chegar, na agência da Rua Frei Mariano, no centro, as 6 horas, seu problema pode não ser tão grave quanto de outros idosos, mas já estava lhe tirando a tranquilidade. “Fiz uma compra no cartão de crédito, que vence dia 9, a fatura não chegou em minha casa, então levantei cedo e vim logo resolver isso, quero receber meu salário e pagar a conta para não gerar juros”, afirma o idoso.