Promover a interação entre as escolas da região de fronteira por meio de minicursos e palestras, a fim de estimular a conscientização nos aspectos sociais, culturais e linguísticos. É esse o principal objetivo do projeto de extensão desenvolvido pelo Campus Corumbá do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS), iniciado neste mês.
“Brasil Bolívia – Amigos sem Fronteiras” envolve dez estudantes dos cursos técnicos integrados em Informática e Metalurgia do IFMS e dez alunos do ensino médio da Escuela de La Frontera, da rede pública de ensino da cidade boliviana de Puerto Quijarro, situada na fronteira com Corumbá. A faixa etária dos participantes é entre 14 e 18 anos.
“A iniciativa surgiu após o relato de estudantes bolivianos em escolas de Corumbá, sobre não haver um acompanhamento em relação à sua adaptação educacional, social e cultural, visto que muitos deles apresentam dificuldade na comunicação e na interação com os colegas”, afirmou a professora Paula Silva, coordenadora do projeto.
Também integram a equipe executora da ação as docentes do campus Geórgia Ferraz e Fabrícia Santos, a pedagoga Elielma Maiolino, a assistente social Nádia Juzinkas, além da Fabiana Santos, ex-servidora do IFMS, atualmente docente do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ).
O Projeto
A primeira atividade, realizada nos dias 9 e 16 de abril, foi o minicurso de Informática, ministrado pela professora Fabrícia, juntamente com três estudantes do curso superior de tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas.
Também estão previstos minicursos na área de metalurgia e empreendedorismo, além de palestras de conscientização sobre temas como preconceito, drogas, violência, educação sexual e saúde.
A interação entre os estudantes se dá na execução das atividades. Eles são organizados em grupos sempre mistos – brasileiros e bolivianos.
Qualificar os participantes, promover a reflexão sobre o cidadão fronteiriço e seus idiomas e despertar o espírito empreendedor dos estudantes também estão entre os objetivos do projeto. Outro intuito é apontar soluções para as dificuldades observadas.
“O projeto é piloto porque limitamos o número de participantes para conseguir observar os aspectos de ensino e aprendizagem, culturais, e como será a interação entre eles. A partir daí, poderemos apontar as dificuldades e propor ações para auxiliar o desenvolvimento deles, por meio de informações a serem compartilhadas com os docentes nos conselhos pedagógicos, por exemplo”, pontuou a coordenadora Paula.
Com duração prevista de quatro meses, os encontros são realizados nas tardes de sábado, das 13h30 às 17h30. A previsão é que as atividades ocorram alternadamente no Campus Corumbá e na Escuela de La Frontera.
Fronteira
Em Ponta Porã, que faz fronteira com o Paraguai, algumas ações do IFMS também têm o tema como pano de fundo.
A doação de hortaliças orgânicas para entidades do município e comunidades de baixa renda da região de fronteira é um dos resultados do projeto Produção Agroecológica Integrada e Sustentável (PAIS), desenvolvido pelo campus do Instituto Federal, que teve suas atividades expandidas no final de 2015.
O Campus Ponta Porã também promoveu no ano passado a I Mostra Cultural Galeria Fronteiriça.
Além da exposição fotográfica dedicada ao tema “Trabalho e cultura na fronteira entre Brasil e Paraguai”, ocorreram exibição de vídeos, palestras, oficinas e workshops voltados a estudantes e servidores.
As atividades tinham como enfoque o trabalho e a cultura na fronteira a partir de expressões como cinema, literatura, música e fotografia.