A cada período eleitoral, o setor gráfico se enche de boas expectativas quanto ao aumento na produção e no faturamento dos serviços, por conta dos candidatos que precisam produzir materiais de divulgação para campanha. O problema é que nem sempre os candidatos do município contemplam a mão de obra local, geralmente buscam por melhor preço na capital do estado, onde a oferta pelo mesmo serviço é muito maior e consequentemente o custo pode ficar abaixo do oferecido na cidade de interior.
Alguns apontam que a mudança na legislação eleitoral jogou um balde de água fria em toda a indústria gráfica. De acordo com o Sindgraf (Sindicato das Indústrias Gráficas de Mato Grosso do Sul), apenas 27% do faturamento obtido no pleito de quatro anos atrás foi atingido no estado. Nesta campanha estão proibidos os outdoors, placas e faixas em locais públicos, mas os santinhos e panfletos são autorizados.
A redução de gastos eleitorais definida pela Resolução n° 23.457/2015 do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) limitou os recursos da campanha em 70% do que foi utilizado no pleito de 2012. O período estabelecido para realização de campanha também influencia, antes o candidato produzia materiais para 90 dias, agora a campanha dura apenas 45 dias, começou em 16 de agosto e vai até 29 de setembro.
Segundo empresários da cidade, apesar dos esforços em igualar os preços aos oferecidos pelas empresas da capital, as gráficas da cidade continuam sendo subaproveitadas pelos candidatos.
Elaine Dib, proprietária da gráfica de maior tradição na cidade, confirma que a ocorrência da campanha eleitoral deste ano não melhorou muita coisa no aumento do volume de trabalho da empresa. “Acredito que a mudança na legislação contribuiu bastante, mas também falta desmistificar a ideia de que o preço oferecido pelas gráficas de Corumbá está tão acima do cobrado na capital. Clientes que buscaram nossos serviços se surpreenderam com a igualdade do valor”.
Para Roberto Candia, empresário do ramo e proprietário de gráfica com cinco anos no mercado do município, houve aumento na produção comparada com a do último pleito, porém a expectativa foi parcialmente atendida, “apenas alguns dos candidatos prestigiaram os serviços da cidade. Considero um aumento de 30% de aumento na produção por conta das eleições”.