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Petrobras muda política e gasolina deve custar menos R$ 0,05 por litro

15 outubro 2016 - 08h02Agência Brasil

A partir do primeiro minuto deste sábado, os preços da gasolina e do diesel estarão 3,2% e 2,7%, respectivamente, mais baratos na porta das refinarias de todo o país. A decisão foi anunciada hoje (14) pela Petrobras que mudou a política de preços para os derivados que vigorava há cerca de uma década. Com a diminuição de preços, nos postos de gasolina o diesel deverá cair em média 1,8% e a gasolina 1,4%, em ambos os casos uma queda de R$ 0,05 por litro.

A nova política, que também passará a vigorar a partir de amanhã, terá como base os preços da commodities praticados no mercado internacional e avaliações mensais para reajustes ou não dos preços dos combustíveis para cima ou para baixo, dependendo da oscilação do preço dos produtos no mercado global.

Para pôr em prática essa nova política, a Petrobras criou o Grupo Executivo de Mercado e Preços, que, já em sua primeira reunião, decidiu pela redução hoje anunciada. Segundo a assessoria da Petrobras, essa é a primeira vez que a redução de preços dos derivados ocorre desde junho de 2009, quando o diesel caiu 15% e a gasolina, 4,5%.

Ao abrir hoje a entrevista, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, disse que o impacto da decisão nas bombas de todo o país vai depender das redes de distribuição e dos donos dos postos.

Pedro Parente explicou que a empresa estará praticando a nova política a partir de amanhã. “Ela é baseada na paridade internacional de preços, que é assim que funciona quando você está lidando com uma commoditie, o que é o caso dos derivados. Sobre essa paridade você coloca a margem da empresa (que leva em conta vários fatores), e também coloca os tributos e impostos”, disse.

“E, ao anunciar essa nova política, nós achamos também que seria importante fazer um movimento de preços levando em conta que tem havido um aumento de importações, especialmente de diesel, mas também da gasolina, além da sazonalidade do mercado mundial de derivados”.

Parente também afirmou que a decisão pela redução não trará impacto nas contas da Petrobras, “uma vez que, ao estipular o preço, você tem que olhar também o market share(participação de mercado) e a utilização da capacidade instalada das refinarias, e não só o preço de venda. E, de acordo com os nossos parâmetros internos e com o nosso planejamento estratégico, a decisão não coloca em risco o cumprimento das metas anunciadas [no Plano de Negócios e Gestão 2017-2021 da companhia].

Nova política

A decisão anunciada pela diretoria da Petrobras é uma mudança na política de preços, adotada na última década.

Na gestão do ex-presidente Sérgio Gabrielli, diante da alta do preço do barril no mercado e dos questionamentos sobre se haveria ou não aumento do preço dos derivados no mercado interno, o ex-presidente da Petrobras era enfático: “A nossa política é não repassar para os preços dos derivados no mercado interno a volatilidade (oscilação) do petróleo no mercado externo, mas sim manter uma curva de médio prazo que mantenha os nossos ganhos na ponta”.

Era uma política onde a convergência aos preços internacionais se dava no médio e no longo prazo, os reajustes não tinham periodicidade definida e se davam em nível decisório no âmbito da diretoria executiva da companhia.

A partir de agora, as decisões serão tomadas no âmbito do Grupo Executivo de Mercado de Preços (presidente, mais diretoria de Refino e Gás natural, mais diretoria Financeira e de Relações com Investidores); terão como referência as variações do preço dos derivados no mercado internacional; e Relatório Externo de avaliação 60 dias após o término de cada trimestre.

Em nota, a Petrobras diz: “como o valor desses combustíveis acompanhará a tendência do mercado internacional, poderá haver manutenção, redução ou aumento nos preços praticados nas refinarias a cada mês”.

Independência em relação ao governo

Na entrevista, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, abordou a questão da independência em relação ao governo. “A orientação expressa que foi dada é que a Petrobras tem que se recuperar, tem que virar o jogo de todos os problemas por que ela passou e, para que isto ocorra, ela precisa contar com todos os instrumentos que são próprios de uma empresa. E assim tem sido feito”.

Sobre a questão da reação do mercado e da possibilidade de que a nova política venha a atrair investimentos, a Petrobras admitiu que essa também é uma das premissas da mudança da política, principalmente porque ela dá maior tranquilidade aos investidores ao definir regras claras e garantias de retorno do capital investido.

 

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