Menu
quinta, 25 de abril de 2024
Governo - Fazer Bem Feito - Abril 24
Andorinha - Novos Ônibus - Agosto 2023
Geral

Pantanal alia perspectivas produtivas a demandas de pesquisa

15 novembro 2016 - 10h03Redação

"No Pantanal, tudo se entremeia. Há muitos Pantanais formando o ambiente que conhecemos", diz Jorge Lara. O pesquisador, que assumiu no último mês a chefia geral da unidade pantaneira de pesquisa da Embrapa em Corumbá (MS), discute a realidade do bioma diverso, plural e mutável no qual a instituição se encontra – antecipando transformações significativas, favoráveis a atividades produtivas que associem eficiência e sustentabilidade na região. "Muitas mudanças, em termos de mentalidade e produção, serão exigidas pelo mercado. Há uma tendência que prevê o relacionamento de tarifas não alfandegárias ao bem estar animal, por exemplo. Há aí uma oportunidade para o Pantanal".

Há muitas oportunidades, de acordo com o pesquisador. No caso da pecuária, ele afirma que o trabalho com os animais criados exclusivamente a pasto e a produção da carne "orgânica" são diferenciais nesse contexto. Porém, é necessário alavancar o desenvolvimento com o uso de tecnologias e voltá-las à sustentabilidade. "A nossa pecuária tradicional vai ter sempre o seu lugar. Enxergar o espaço rural de outra forma é o grande desafio. O que acrescentar na propriedade rural para torná-la mais produtiva?", diz.

Jorge Lara, novo chefa da Embrapa Pantanal. Foto: Divulgação

Para Jorge, a diversificação das atividades representa uma alternativa real de negócios para as propriedades rurais, atualmente. "A ocupação do Pantanal ocorreu há 300 anos e as fazendas vão sendo paulatinamente divididas pelo próprio processo natural de heranças. Entra aí a questão do uso multifuncional das propriedades, em que novas produções podem ser associadas às tradicionais. Mas para que isso aconteça não basta só usar novas tecnologias. Tem que haver muito convencimento e ações em políticas públicas para essa adaptação acontecer".

Participação de todos

Técnicas de conservação dos recursos naturais devem considerar questões econômicas em seu desenvolvimento, afirma o pesquisador. Porém, tecnologias voltadas à produção intensiva também devem ser analisadas sob a perspectiva ambiental. "Em ambos os casos, precisamos nos perguntar: há a inclusão social das pessoas que vão ficar ou estão à margem desse processo?", ressalta. "Além da pecuária, o Pantanal tem aquicultura, pesca, apicultura, possui uma fauna muito diversa, inúmeros recursos vegetais e um ilustre (e desconhecido) universo de microrganismos. Com tudo isso, temos uma grande chance de mostrar exemplos de produção sustentável ao mundo. Todos os elementos importantes de inclusão social, manutenção do meio ambiente e desenvolvimento econômico estão reunidos aqui".

Nesse contexto, de acordo com Jorge, a Embrapa Pantanal deverá atuar como um fórum de discussões, utilizando a experiência em pesquisa e inovação para investigar alternativas nas diversas frentes e promover o diálogo entre elas por meio do trabalho científico. "O trabalho da pesquisa é democrático. Na apicultura, por exemplo, temos um grande potencial a estimular. Já na pesca, avaliamos sua importância para o turismo, para a esfera social e para a economia da região. Também estudamos índices de sustentabilidade nas fazendas, impactos sobre mudanças climáticas, sistemas de produção intensiva (como o novilho e a desmama precoce) e participamos de projetos que incentivam a inserção de espécies arbóreas nativas nas propriedades rurais".

Campo Experimental Fazenda Nhumirim da Embrapa Pantanal. Foto: Divulgação

Jorge destaca a importância da diversificação das pesquisas para apoiar o desenvolvimento do Pantanal. "Realizamos o monitoramento de animais selvagens, cooperando na elaboração de ações de manejo. Já nossos estudos sobre raças naturalizadas – porco monteiro e cavalo, bovino e ovino Pantaneiros – mostram características únicas de adaptabilidade. Além disso, o trabalho com sistemas de produção agroecológicos nas lavouras dos assentamentos estimula a geração de renda e promove a segurança alimentar. Há também investigações em aquicultura (que devem analisar questões como a biologia muscular e o crescimento dos peixes nativos) e uma atuação tradicional em geoprocessamento, que coleta dados via satélite para contribuir com processos de gestão territorial", diz.

Alternativas como essas são apenas algumas das possibilidades desenvolvidas para atender às demandas da sociedade e todas estão disponíveis ao público em geral, segundo o pesquisador. "A Embrapa tem a obrigação de contribuir para que as pessoas conheçam o Pantanal não apenas como ponto turístico, mas como um fator de produção que possa contribuir com o equilíbrio do ambiente global, fornecendo alimentos para o mundo e aproveitando sua biodiversidade para a cura de doenças, produção de fibras e energia. Nós propomos o uso multifuncional sustentável desse ambiente para que possamos coexistir com a realidade vivida pela humanidade hoje. Para atingir esse objetivo, temos vários caminhos. Todos levam ao trabalho", finaliza.

 

 

Deixe seu Comentário

Leia Também

Em Miranda
Homem é preso por pesca sem licença e uso de petrechos proibidos
Administração
Taxa de Atividade de Ambulante, Eventual e Feirante pode ser parcelada em 3 vezes
Flagrante
Brasileiro é preso com 4kg de Skunk em ônibus que seguia para Campo Grande
Pesquisa
Uma em dez famílias enfrenta insegurança alimentar moderada ou grave
Incentivo
Prefeito entrega uniformes escolares e esportivos para alunos da Rede Municipal de Ensino
No Cristo Redentor
Marido agressor morre em confronto com a Força Tática
Homem teria sacado arma para policiais que revidaram a ameaça com disparos
Na ALEMS
Projeto de Lei obriga planos de saúde justificarem negativa de cobertura
PF
Agendamento on-line para emissão de passaporte volta a funcionar
Terenos
Motociclista ultrapassa carreta e morre em colisão na BR 262
Meio Ambiente
Edital anuncia R$ 10 milhões para instituição atuar na preservação do Rio Taquari

Mais Lidas

Convênio
Riedel recebe novo comandante do 6º Distrito Naval de Ladário e renova parcerias com a Marinha
Esclarecimento
Ladário diz que advogada só recebe os 12 milhões se ganhar a causa
Estados Unidos
Em Nova Iorque, presidente do IHP fortalece a conservação do Pantanal como necessidade mundial
Meio Ambiente
Biomassa é o caminho para Mato Grosso do Sul evoluir rumo à transição energética