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'Número exagerado de feminicídios mostra o quanto a nossa sociedade está doente'

12 março 2019 - 09h08G1 ms

Trinta anos de experiência na Polícia Militar (PM) e atual presidente da Comissão de Segurança da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, o deputado estadual Coronel David (PSL) é o entrevistado desta terça-feira (12), no quadro Papo das Seis, do Bom Dia MS. Ele comenta sobre os casos de feminicídio, que já contabilizam 8 este ano no estado, além de 32 registrados no ano anterior e mais 28 crimes contra a mulher em 2017.

"É um problema grave que atinge toda a sociedade e exige algumas medidas. Eu entendo que é um número exagerado, mas, mostra o quanto a nossa sociedade está doente. E digo que nós vamos vencer isso através de uma educação e punição rigorosa a aquele que comete crime contra a mulher. Nós precisamos - e aí eu falo até como homem - o homem hoje tem que entender que a mulher ocupa um papel que, antes, era reservado apenas aos homens. A sociedade evoluiu e, ao mesmo tempo, as mulheres também evoluíram e começaram a desempenhar papéis importantes, tendo uma preponderância dentro da sociedade. E a gente tem que entender isso, os homens tem que entender que a mulher evoluiu desta forma e é necessário que nós hoje tenhamos mais políticas públicas desenvolvidas com esse tema. E acho que Mato Grosso do Sul hoje consegue dar uma assistência muito grande para as mulheres e até acho que o número de denúncias que temos hoje, é porque Mato Grosso do Sul compõe um sistema com pessoas altamente especializadas, interessadas e que acabam levando essa tranquilidade para a mulher que, quando se sente fortalecida e protegida, vai acabar fazendo a denúncia", afirmou o coronel.

Sobre medidas para diminuir a violência doméstica, além de políticas públicas, o deputado ressalta a necessidade de "punições mais rigorosas".

"Na verdade, o Brasil é o país da impunidade e nós precisamos virar essa página também. Vou fazer uma análise abrangente da questão da segurança pública no Brasil. Hoje, infelizmente, nós temos um sistema penitenciário caótico, que não consegue mais absorver a massa daquelas pessoas que infringem a lei e acabam sendo levadas para os presídios e nós precisamos ter mais presídios e fazer com que esses presídios consigam dividir a massa carcerária, dos crimes mais graves dos menos graves, porque, se não há contaminação e é por isso que as organizações criminosas acabam tendo poder preponderante dentro dos presídios e acabando por desencadear ações criminosas aqui dentro da sociedade", avaliou David.

"Fechar a porta"

Ainda com relação ao crime organizado, o deputado fala que eles continuarão "tomando conta" das regiões de fronteiras secas tanto do Paraguai como a Bolívia, enquanto não houve uma "maior participação da união".

"A união até hoje, infelizmente, acaba fechando os olhos para uma situação muito grave que nós enfrentamos aqui na fronteira e o Mato Grosso do Sul e o Paraná, que tem uma fronteira seca muito grande, acaba por serem os grandes corredores do tráfico de drogas, do contrabando de armas, que acabam levando violência para dentro do país e os grandes centros urbanos e até as pequenas cidades. E quando o governo federal lança um plano de segurança destinado ao Rio de Janeiro e esse próprio governo federal não olha para as nossas fronteiras, comete um erro gravíssimo. Nós temos que fechar a porta aqui, com a participação efetiva da união. Por exemplo, com a nossa relação com o presidente, o Jair Bolsonaro. No ano passado, ele veio aqui a Dourados e junto com Rodolfo Nogueira, nós o levamos até o Departamento de Operações de Fronteira (DOF) e o Bolsonaro saiu daqui impressionado, porque viu um pequeno contingente de policiais mas, altamente especializados na questão dos crimes transfronteiriços e isso fez com que o Bolsonaro levasse a questão sobre segurança pública e a questão grave da fronteira. Ele saiu daqui sabendo da necessidade da implementação de vez o Sisfron, que é o sistema de vigilância da fronteira, logo que o crime esteja acontecendo", comentou.

Outro projeto em andamento, proposto pela deputado, é o cadastro estadual de pedófilos. "É algo para nós da sociedade, uma maior proteção às nossas crianças e a gente sabe que é um crime silencioso, então o pedófilo acaba não tendo rosto e, com a aproximação, acaba sendo talvez até uma pessoa próxima, de dentro da casa, então criando o cadastro estadual de pedófilos sabemos quem são e onde estão. De repente está na frente da escola, está vendendo pipoca e você não sabe. Como a atividade é inovadora, precisa de uma tomada de decisões dentro da segurança pública, inclusive utilizando a plataforma. Agora o segundo passo tem que ser tribunal de Justiça, respeitando os artigos previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente [ECA] e conversando com o presidente do Tribunal de Justiça, o desembargador Paschoal e ele me garantiu e em breve teremos esta ferramenta que eu julgo indispensável para o crime de pedofilia aqui em Mato Grosso do Sul", disse.

O deputado ainda falou sobre temas como o projeto que a PGE acompanha os policiais investigados. "É o da defesa jurídica. O que acontece, como comandante, por várias vezes, acompanhei uma preocupação muito grande dos policiais, que por vez ou outra acabam tendo que responder a algum processo....a gente espera que, finalmente, o poder público possa dar essa garantia aos policiais militares, civis agentes penitenciários, todos aqueles da segurança pública que acabam vez ou outra tendo que responder a um processo", explicou.

Na questão do partido, o deputado fala sobre divergências e ainda comenta sobre a reforma da previdências. "Existe só um partido e as divergências são normais. Uns pensam de uma forma e outros pensam de outra, mas, a nível nacional, o PSL está convergindo para que nós sejamos realmente pessoas, dentro do partido - com ou sem mandato - trabalhando para que o governo Jair Bolsonaro dê certo. O Brasil precisa e o PSL tem que ter uma participação fundamental neste processo".

 

 

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