O Museu de História do Pantanal inaugurou no final da tarde de ontem, quinta-feira (05), a Sala Expositiva “Braços cativos no espaço urbano e rural de Corumbá”, que retrata a história do Negro na região pantaneira, desde a ocupação humana, há 2.500 anos, até 1.888, ano da assinatura da Lei Áurea que aboliu a escravidão no Brasil.
A abertura da sala foi uma iniciativa da Fundação Barbosa Rodrigues, gestora do MUHPAN, e contou com patrocínio da Caixa Econômica Federal. Segundo Maria Verônica Sáfadi Nogueira, que representou o presidente de honra da Fundação, Antônio João Hugo Rodrigues, o projeto surgiu a partir de 2016, quando a Caixa publicou edital relativo ao Programa Caixa de Apoio ao Patrimônio Cultural Brasileiro – 2017/2018.
O projeto proposto pela Fundação e aprovado pela Caixa, foi justamente o da criação de uma nova sala expositiva na sede do MUHPAN, retratando a população negra na região do Pantanal, como parte do projeto Adequação Expográfica do Museu de História do Pantanal.
A exposição mescla o didático e o artístico sobre a riqueza da população negra em solo pantaneiro, até então desconhecida da própria comunidade local. Verônica destacou o trabalho desenvolvido pela professora do Campus Pantanal da UFMS, doutora em História Elaine de Almeida Cancian, que realizou uma intensa pesquisa sobre a população negra na região, na abordagem do tema “Escravidão do africano e afrodescendentes nas fazendas e espaços urbanos de Corumbá”.
Câmara presente
A pesquisa foi intensa na região e até mesmo em Cuiabá. Em Corumbá, a professora buscou informações também no acervo da Câmara Municipal de Vereadores que conta com documentos importantes que registra a história de Corumbá.
Na inauguração da sala expositiva, o vereador e presidente da Câmara, Evander Vendramini, elogiou a iniciativa da Fundação Barbosa Rodrigues e colocou o acervo da Câmara à disposição, citando ainda que o trabalho de catalogação foi iniciado em 2011, com apoio da UFMS – Campus Pantanal. Para ele, a sala retrata a presença da população negra na região, participando efetivamente da história e da cultura corumbaense.
O gerente regional da Caixa, Jorge Luiz Ribeiro Junior, representou a superintendência do MS, e enalteceu o trabalho desenvolvido em Corumbá, lembrando que a Caixa foi fundada em 1.861, justamente “para receber depósitos dos escravos, que guardam seu dinheiro para conseguir a carta de alforria”, acentuando que, agora, a instituição trabalha para que essa história continue viva.
A solenidade contou com as presenças de inúmeras autoridades e representes de organismos sociais da maior cidade pantaneira, como o diretor-presidente da Fundação de Cultura e Patrimônio Histórico de Corumbá, Joilson Silva da Cruz; vereador Manoel Rodrigues; Ednir de Paulo, presidente do Instituto da Mulher Negra do Pantanal (Imnegra); além de poetas e escritores, como Benedito C. G. Lima, entre outros.
“Este é um momento de extrema importância para todos nós. Representa o resgate da nossa história”, resumiu Ednir de Paulo. Benedito C.G. Lima também elogiou a iniciativa, afirmando que “faltava em Corumbá, um espaço como este”.
Após a solenidade no auditório do MUHPAN, os presentes visitaram a sala expositiva composta por 14 painéis divididos em cinco tópicos: África, Travessia e Comércio, Trabalho, Castigo e Liberdade.
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